sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A rede social


"Um filme sobre o facebook? Só pode ser babaquice".

Aham, senta lá! Com um roteiro primoroso, uma história das mais interessantes e atuações admiráveis, A Rede Social é, para mim, um dos melhores filmes do ano. Vale a pena ver a história por trás da rede social que já faz parte da vida de 500 milhões de pessoas mundo afora. Mais do que isso, a história do(s) seu(s) criador(es), projetada, por incrível que pareça - e aí está a genialidade - sem estereotipar demasiadamente qualquer um dos envolvidos, deixando para o público decidir se Zuckemberg é um asshole ou não, se os seus ex-parceiros tem razão, se o Sean é um falido em fim de carreira ou não. Retrato do nosso mundo hoje, é um filme que tem muito a acrescentar e que eu recomendozíssimo para uma noite agradável desse verão que vem chegando.

Para ficar com mais vontade, dá um conferes em uma crítica de verdade sobre o filme, do Lucas Salgado (http://www.adorocinema.com/filmes/a-rede-social/criticas/):


A Rede Social por Lucas Salgado
MUITO ALÉM DO FACEBOOK

Quando o projeto de A Rede Social foi anunciado pela primeira vez todos resumiram o filme como "a história por trás do Facebook" e é provável que tal alcunha continue com grande espaço na mídia e no boca a boca dos que assistirem ao longa.

Mas a produção é muito mais do que isso, vai muito além dos bastidores do surgimento da rede social mais famosa do mundo.

O filme também não é sobre a total falta de traquejo social do protagonista, por mais que isso seja essencial para compreendermos o mesmo. E também não busca debater se o criador do Facebook seria um babaca ou não, ainda que a questão esteja presente no início e no final da produção.

A Rede Social é, na verdade, um filme sobre a complexidade do ser humano, sobre como este pode ser ao mesmo tempo inocente, calculista, indiferente e apaixonado. Sobre como a vida de uma pessoa pode cair em um caminho errado por mais que profissionalmente apareça como um Rei Midas, em que tudo o que toca se transforma em ouro.

Se recuperando daquele que ao lado de O Quarto do Pânico talvez seja seu filme menos interessante, O Curioso Caso de Benjamin Button (ignoro por completo a existência de Alien 3 na vida do cineasta), David Fincher volta a realizar um trabalho primoroso.

O nível alcançado volta a ser aquele de Seven - Os Sete Crimes Capitais, Clube da Luta e Zodíaco, e isso ocorre até pelos mesmos motivos. Apesar de aparentarem serem filmes absolutamente diferentes, os quatro tem em comum o estudo do ser humano. E quase como um antropólogo, o diretor comprova a capacidade de analisar o homem, seja ele um assassino em série, um repórter policial ou um nerd.

A comparação com o campo da antropologia obviamente não deve ser esmiuçada, mas não deixa de ser interessante ver que o cineasta, assim como profissionais da referida área, não se preocupa em julgar o assunto estudado. Assim, veremos que o personagem principal não é nem demonizado nem endeusado.

A história de Mark Zuckerberg, gênio por trás da criação do Facebook, é repleta de características fáceis de serem estereotipadas. O diretor, entretanto, consegue evitar que isso aconteça, relatando os momentos de genialidade, loucura e babaquice do indivíduo de forma natural e convincente. Para isso contou com a ajuda do ótimo Jesse Eisenberg. O ator, que já havia se destacado na comédia Zumbilândia, brilha ao dar vida ao jovem bilionário.

Contando com uma das melhores taglines vistas nos cinemas nos últimos anos ("Você não consegue 500 milhões de amigos sem fazer alguns inimigos"), o longa é extremamente verossímil e tão natural que em alguns momentos nos faz esquecer que se trata de uma obra de ficção, que inclusive não contou com nenhum apoio por parte dos agentes reais da história.

Fincher comprovou mais uma vez sua capacidade na seleção de um elenco. Além do supramencionado Eisenberg, Andrew Garfield e Justin Timberlake também foram escolhas acertadas. Novo intérprete do Homem-Aranha, Garfield dá show no papel do brasileiro Eduardo Saverin, (ex) melhor amigo de Zuckerberg e co-fundado do Facebook, enquanto que o ícone pop prova mais uma vez que sua empreitada pela sétima arte é muito mais que uma brincadeira. Timberlake está ótimo como o outro gênio precoce da turma, Sean Parker, fundador do Napster que começa a dar pitacos no dia a dia da rede social.

Merecem destaque ainda a trilha sonora da dupla Trent Reznor e Atticus Ross, e a fotografia de Jeff Cronenweth, que já havia trabalhado com o diretor em Clube da Luta.

Adaptação do livro "Os Bilionários Acidentais", de Ben Mezrich, o filme tem como virtude o fato de não tomar tudo o que está no mesmo como verdade, a começar pela ideia de que tudo não passou de um acidente, de uma obra do acaso. Como o longa mostra muito bem, a criação do Facebook não foi algo simples ou mal pensado.

The Social Network (no original) é um dos melhores filmes de 2010 e merece ser conferido com atenção por retratar como um sujeito nada social foi capaz de criar a maior comunidade social da internet. O segredo parece tratar tudo (e todos) como fatores ou como peões em um tabuleiro, mas é muito menos simples do que isso, sendo provável que cada um saia com sua conclusão da sala de cinema.

David Fincher parte agora para sua versão de Os Homens Que Não Amavam as Mulheres. Quem estiver na expectativa pelo filme preste atenção na jovem Rooney Mara. A atriz interpreta a namorada de Zuckerberg no início da produção e dará vida à Lisbeth Salander, personagem principal do mencionado filme.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

BE STUPID

Engraçado que o título do meu post anterior foi "Só os patéticos são felizes" e o deste bem podia ser "Só os estúpidos são felizes". Será que isso quer dizer alguma coisa? Afff!

Enfim, a verdade é que o verão chegou e não tem estação que traga consigo tantas histórias para contar! E é exatamente essa a vibe da campanha passada da Diesel, na minha opinião uma das mais geniais dos últimos tempos. Quase uma filosofia de vida. Muitas vezes quase a minha filosofia de vida. Dêem uma olhada e me digam se não dá vontade de sair fazendo um monte merda só para morrer rindo depois?









segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Só os patéticos são felizes

Não é a toa que o Woody Allen é o Woody Allen. Saí do seu último filme maldizendo o coitado, pensando como um diretor pode alternar entre o genial e a mais infame comédia, elaborando que talvez a razão para isso seja essa obrigação que ele se impõe de fazer um filme por ano. Enfim, saí rindo sozinha daquela babaquice que eu tinha acabado de ver.

Mas é aí que entra “o cara”. Ninguém é “o cara” em alguma coisa por nada, certamente há razões para isso. Sem perceber, comecei a pensar no filme e ver que por trás daquela aparente comédia boba tinha muita coisa interessante, sim. Dos dilemas mais atuais, da descartabilidade dos relacionamentos, do que realmente se busca em um casamento, da idealização que todos fazemos, da eterna busca pela juventude que o mundo hoje nos impõe. Mas acima de tudo, o filme mostrou com maestria uma variação daquele dito que diz que “de perto, ninguém é normal”. É o que diz que de perto, todo mundo é patético! Todos aqueles que se mostravam de alguma forma racionais ou confiantes, ao serem observados com atenção vão demonstrando um dom para serem perdedores. Todos nós somos kind of loosers. E qual não é a surpresa no filme ao se perceber, no final, que aquela única pessoa que era obviamente patética, a perdedora em potencial, é a única que se dá bem? No fim e ao cabo, Woody nos deixa o recado de que às vezes racionalidade e pragmatismo não trazem a felicidade, pelo contrário: nada como uma farta dose de ilusão para seguirmos adiante na vida! Não é à toa que religiões e livros de auto-ajuda vendem muito mais do que terapia e filosofia.

É triste, bizarro, e o que mais me assusta: recorrente. Ando vendo tanta ilusão por aí garantindo uma certa dose de confiança, que chego a maldizer esses meus questionamentos constantes! Aquela velha questão que se impõe: seria a ingenuidade um caminho mais seguro para a felicidade? A contar pelo número de poetas e literatos discorrendo sobre suas angústias, tudo leva a crer que sim.

Eu, por outro lado, prefiro acreditar que não, ainda escolho a noção da verdade ruim ao apoio em uma mentira boa. Pena que cada vez mais os fatos desmentem meus credos. Os fatos e tu, Woody, que mais uma vez me pegou.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Xô urucubaca!

Passei uns diazinhos brabos de angústia na última semana. E das piores angústias. Porque é ruim quando nos agoniamos por motivos corriqueiros, daqueles que nos atormentam dia sim, dia não, como um amor não correspondido, um pé na bunda, uns quilinhos a mais na balança, uma briguinha com a mãe ou uma irritação com uma amiga, mas sempre tem solução, a vida segue. O problema é quando a própria vida fica em suspenso. E aí? Como faz?

Eu me considero uma sortuda pela quantidade de gente que me cerca! Desde o meu nascimento já dizem que foi bagunça, confusão e griatria no hospital e assim seguiu a minha vida. Para se ter uma idéia, quando eu nasci eu tinha 1 tataravó, 2 bisavós, as 2 avós e os 2 avôs, mais uma penca de tios e tias. Meu pai e minha mãe resolveram se separar quando eu era bem novinha e logo logo adicionei padrasto e madrasta pro meu rol de parentes. Além disso, toda minha família sempre foi muito próxima, primos de segundo grau são como primos-irmãos, o que acaba fazendo com que se torne mais gente ainda na volta. De qualquer forma, considero que tive três (grandes) homens responsáveis pela minha criação e que sempre foram (e sempre vão ser) minhas referências: meu pai, que é além de tudo meu grande amigo e parceiro, meu vô Telmo, minha paixão e a personalidade mais querida que eu já conheci, e o Tio Nico, que casou com a minha mãe quando eu era uma pitoca e juntos ficaram pelos vinte anos seguintes.

Pois bem, nesse findi meu vô e o Tio Nico foram parar no hospital e não estavam muito bem não. Pois é, amigos, com o perdão da palavra: putaqueopariu! Não sei nem descrever o cansaço psicológico que foi. Porque nessas horas a nossa vida inteira começa a passar pela cabeça, bate uma nostalgia desgraçada, mais um medo terrível do futuro e, somado a tudo isso, tem aquele climinha de hospital, que não levanta nem o astral da Poliana!

Era engraçado que quanto mais angustiada, mais vontade eu tinha de escrever sobre, mas eu simplesmente não conseguia! Era só pensar no que escreveria e na segunda palavra uma lágrima safada já tava escorrendo do meu olho. Só agora, que a poeira baixou, tudo melhorou, meu vô já está pedindo sorvete e o Tio Nico conversando feliz da vida que eu consegui escrever (um pouquinho) sobre essa função toda. Não, é claro, sem a insistente lagrimazinha nos olhos - ela está sempre presente - mas pelo menos agora com um belo sorriso no rosto!

Xô urucubaca!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Verão taí!!!

Definitivamente o verão chegou. Para mim isso equivale a alegria. Cerveja gelada. Ânimo. Sol. Piscina. Praia. Corrida. Pés descalços. Havaianas. Hmmm....

A arrancada para o verão desse ano traz ainda alguns bônus para a elevação dos ânimos, com um monte de eventos legais para obrigar até os mais caseiros a observarem as calçadas floridas pelos nossos belos Jacarandás e se depararem com as formosas vaquinhas que andam espalhadas por aí!

Só nesse fim de semana tem programação para todos os gostos: hoje é dia de estréia de "O animal agonizante", com direção do Luciano Alabarse, produção do meu amado Fernando Zugno e encenado pelo Luis Paulo Vasconcellos, no sempre belo Teatro São Pedro (texto sobre a peça CLIQUE AQUI).

Esse foi o primeiro livro que eu li do americano Philip Roth e posso dizer que terminei em uma tacada, sem fôlego e impressionada com a habilidade com que ele constrói seu texto. Ele, inclusive, é sempre cotado para receber o Prêmio Nobel de Literatura (comentário para que corram lá para conhecer sua obra para poderem discorrer sobre ela quando - e se - esse prêmio chegar! Hehe).

Amanhã e sábado é dia de stand-up comedy com o CQC Marco Luque no Teatro Bourbon Country. Segundo um amigo meu conhecedor desse tipo de espetáculo, o Luque é um dos melhores. Eu vou conferir.

O fim de semana ensolarado chama ainda uma passeada pela nossa Feira do Livro, quem sabe com uma salada de frutas da Banca 40 do Mercado Público antes e um chopinho no Chalé da Praça XV depois? E até uma passada no Santander Cultural para conferir a vídeo-instalação do Bob Wilson que está rolando por lá desde o Em Cena e fica até dezembro. Já dá para aproveitar e comer por ali mesmo, no Restaurante do Cofre, que tem coisas deliciosas.

Já domingo é dia de Paul McCartney no Beira-Rio, reunindo portoalegrenses de todas as idades, grupos, profissões. Da minha casa, por exemplo, vai todo mundo (só não vai o cachorro porque ele foi morar no sítio). Chance única de ver um beatle cantar de frente para o Guaíba, um pouco depois de cantarolar com Kleiton e Kledir que deu pra ti, baixo astral, vou pra Porto Alegre e tchau.

E as programações não acabam, a tendência é "piorar". Mais um feriadão em vista, Groove Armada por aqui no dia 11/11, e dizem que até David Guetta dia 12... E depois função natal/ano-novo começa a bombar.

Por isso que eu seguirei no meu período zen-budista-caseira-relax, saindo sempre que o evento pede. Ou que o tempo pede. Ou que a sede pede. Enfim, saindo sempre que necessário.

É, peguem um pouco de fôlego: o verão chegou e ele não tá para brincadeira.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Ca-ca-ca-carecos:

- Tá aí, mais um filme brasileiro sensacional: Tropa de elite 2. Vejam, vejam, vejam. Muito melhor do que o primeiro, com um roteiro bem amarrado, cheio de situações "corriqueiras" na nossa sociedade e, ainda, belas atuações. Wagner Moura mais uma vez desponta como o grande ator dessa geração. E José Padilha termina uma bela trilogia, somando com o primeiro e o documentário Ônibus 174.

- Não aguento mais campanha eleitoral. Debates que na realidade são monólogos, já que ninguém responde coisa alguma. Baixaria. Extremismos. Presidente da República virando um singelo cabo eleitoral. Vem cá hein... o Tiririca não é candidato a presidente não?

- Quero que 2010 acabe logo. Eu já tinha previsto algumas dificuldades quando ele se aproximava e assim foi. Quero ano ímpar! Ímpar!!!


- Ando sentindo falta. Da Mari, da Paula, do Zé, das férias, da praia, da estrada, da corrida.

- Mais uma prova de que estamos crescendo: imóveis já estão sendo adquiridos entre as minhas amigas. Eu, por outro lado, do jeito que não consigo economizar, vou me manter jovem até os 40.

- Show Maria Gadú/Multishow ao vivo: bom demais! Dvd já consta na minha wish list.

- Morreu o polvo Paul e o Kirchner. E eu com isso?

- E deixo vocês com o Paul que não é o polvo, com aquele Paul, o que eu estarei vendo e ouvindo no dia 7/11 no Gigante:

This is my right
A right given by god
To live a free life
To live in freedom

Talking about freedom
I’m talking about freedom
I will fight for the right
To live in freedom

And do you want
To try to take it away
You will have to answer
Cause this is my right

Talking about freedom
I’m talking about freedom
I will fight for your right
To live in freedom

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Das coisas difíceis da vida...

"ô Lú, vamos tocar Conselho, viu?"

Toda vez que eu encontrava o Porongo e ele tava com aquele panderinho embaixo do braço ele já ia logo avisando que ia tocar a música que eu sempre pedia. Amigo querido, parceiro de festa, baita coração, pagodeiro de carteirinha e presente em todas. Não é que nessa hora triste pouca coisa consola mais do que a letra da música que ele sempre tocava pra gente?

Deixe de lado esse baixo astral
Erga a cabeça enfrente o mal,
Que agindo assim será vital para o seu coração,
É que em cada experiência se aprende uma lição,
Eu já sofri por amar assim me dediquei mais foi tudo em vão,
Pra que se lamentar se em sua vida pode encontrar,
Quem te ame com toda força e ardor,
Assim sucumbirá a dor,

Tem que lutar
Não se abater
Só se entregar
A quem te merecer
Não estou dando e nem vendendo
Como o ditado diz
O meu conselho é pra te ver feliz.


PÔ, PÓRIS! VAI DEIXAR SAUDADE!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O Tempo faz Gemer

O primeiro contato que tive com O Animal Agonizante, maravilhosa novela de Philip Roth, foi em 2007, quando li o livro pela primeira vez. Lembro que, logo após terminá-lo, pensei que precisaria voltar a ele quando tivesse 50 ou 60 anos, com a maturidade, o corpo e a alma mais prontos para absorver aquele texto que já mexera comigo e me transformara. Se com 22 anos aquelas palavras já me causaram um impacto tão grande, fiquei curioso para saber o que elas fariam comigo anos depois.

Numa única história, Roth entra nos sentimentos de diversas relações humanas (com homens, mulheres, família, consigo mesmo, com o tempo e a idade) como se tivesse uma longa pinça capaz de entrar fundo em nós, nas nossas entranhas e trazer todas as emoções a tona. Por isso, ao fecharmos a contracapa do livro, temos a sensação de soco no estômago.

De 2007 para cá, Luiz Paulo Vasconcellos tem me comentado que gostaria de montar esse texto para o teatro num monólogo em que ele viveria David Kepesh, o animal agonizante. Há 3 meses Luciano Alabarse, diretor do espetáculo, me convidou para produzir a peça junto com ele, e eu, imediatamente, topei! Li o texto adaptado pelo Luciano: mais um soco no estômago.

Quando vi o primeiro ensaio, uma leitura, com móveis improvisados, uma luz geral fria e o Luiz Paulo dizendo aquelas palavras como se fossem suas - elas eram suas! – me dei conta que já não precisava mais tanto voltar aquele texto quando estivesse mais maduro. Estava tudo ali na minha frente: vivo, forte, intenso, dolorido até o último gemido. Me dei conta que, sim, Luiz Paulo Vasconcellos é O ANIMAL AGONIZANTE.

Theatro São Pedro, de 4 a 7 de novembro - quinta a sábado às 21h e domingo às 18h

Teatro do Instituto Goethe, de 12 a 28 de novembro, sextas e sábados às 21h e domingos às 18h

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

PREFIRO

Inter a Grêmio.
Rio a Nordeste.
Camionete a sedan.
Água a refri e cerveja a todo o resto.

Sacada a janela.
Sol a nuvens.
Direita à esquerda.
Chá a café e chimarrão aos dois.

McDonalds a Burger King.
Blackberry a I Phone.
Original a Skol.
Jennifer a Angelina e Brad Pitt às duas.

São Simão a Atlântida.
I Pod a qualquer MP3.
Notebook a desktop.
Ficção a auto-ajuda e biografia aos dois.

Correr a caminhar.
Big Brother à Fazenda.
Caetano a Chico.
Veja à Época e Piauí às duas.

Nova York a Dubai.
Tylenol a Aspirina.
Backstreetboys a N´sync.
Renner a C&A e Zara às duas.

Louboutin a Jimmy Choo.
Cassia Eller a Ana Carolina.
Política a economia.
Aguilera a Britney e Shakira às duas.

Cinema a DVD.
Vogue à Elle.
Óculos à lente.
Rua a shopping.
Salgado a doce.
Verão a inverno.
Praia a montanha.
SKY a Net.
Bar a boate.
Cachorro a gato.
Branco a preto e os dois a rosa.

Se posicionar. Fácil assim.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

- Eleições 2010 -

As eleições estão chegando, falta menos de uma semana para votarmos e a capa da Zero Hora desses dias foi que mais de 60% dos eleitores ainda não tinham candidato para a Câmara e Assembléia. Acho que pela primeira vez na minha vida eu me incluo nesse grupo, completamente indecisa sobre o merecedor do meu voto para deputado (nos dois âmbitos). Pois bem, para esse grupo, fica a dica: o site da Câmara dos Deputados (http://www.camara.gov.br) tem toda uma parte de transparência com informações sobre os deputados e dá todos os dados sobre o trabalho deles em Brasília: as propostas, as cotas parlamentares gastas por mês (detalhadas), os discursos proferidos, etc). É uma excelente fonte para pesquisar sobre o que anda fazendo o deputado escolhido ou que pensamos em votar. Eu vou dizer que, dando uma olhadinha rápida por ali, tive belas surpresas (a maioria não tão belas assim, na verdade)!

É claro que nem todos os candidatos estão tentando a reeleição, tem vários nomes novos no pedaço. Ainda assim vale dar a conferida porque o número de candidatos a reeleição é muito grande – e geralmente são os mais conhecidos e mais votados. Segundo consta no site do DIAP (departamento intersindical de assessoria parlamentar – www.diap.org.br), neste ano pelo menos 407 dos 513 deputados (79,33% da composição da Câmara) irão tentar a reeleição. E, ainda, dos 106 que não tentarão renovar o mandato, 33 disputam uma vaga a outros cargos (senador, governador, vice-governador, deputados estaduais, etc). Assim, somente 32 efetivamente desistiram de concorrer a qualquer cargo.

Regionalmente, a região Sul está em terceiro lugar em número de postulantes à renovação do mandato: 61 dos 77 deputados tentam a reeleição. Assim, vale a pena dar uma conferida no site da Câmara para ver o que anda fazendo o seu candidato e se vale a pena votar nele de novo.

Como eu sei que as pessoas são muito preguiçosas nessa hora, resolvi dar o exemplo: peguei os candidatos do RS a reeleição para a Câmara de Deputados, selecionei alguns nomes bem conhecidos de cada partido e fiz uma pesquisinha rápida. O resultado é bem interessante (mais ainda se analisado no site em que eles gastaram as cotas parlamentares, por exemplo, ou o texto dos projetos apresentados), olha só:

LISTA DE PARLAMENTARES DO RS:
RS Germano Bonow DEM Não disputa
RS Ibsen Pinheiro PMDB Não disputa
RS Afonso Hamm PP Reeleição
RS Beto Albuquerque PSB Reeleição
RS Cláudio Diaz PSDB Reeleição
RS Darcísio Perondi PMDB Reeleição
RS Eliseu Padilha PMDB Reeleição
RS Enio Bacci PDT Reeleição
RS Emilia Fernandes PT Reeleição
RS Fernando Marroni PT Reeleição
RS Nelson Proença PPS Não disputa
RS Henrique Fontana PT Reeleição
RS José Otávio GermanoPP Reeleição
RS Luciana Genro PSOL Reeleição
RS Luis Carlos Heinze PP Reeleição
RS Marco Maia PT Reeleição
RS Luiz Carlos Busato PTB Reeleição
RS Manuela D’Ávila PCdoB Reeleição
RS Maria do Rosário PT Reeleição
RS Paulo Pimenta PT Reeleição
RS Mendes Ribeiro Filho PMDB Reeleição
RS Onyx Lorenzoni DEM Reeleição
RS Osmar Terra PMDB Reeleição
RS Pepe Vargas PT Reeleição
RS Paulo Roberto Pereira PTB Não disputa
RS Professor Ruy Pauletti PSDB Reeleição
RS Renato Molling PP Reeleição
RS Sérgio Moraes PTB Reeleição
RS Vieira da Cunha PDT Reeleição
RS Vilson Covatti PP Reeleição
RS Pompeo de Mattos PDT Vice-Governador

DADOS DE ALGUNS CANDIDATOS:

Beto Albuquerque, do PSB.

- Foram encontrados 284 que incluem seu nome como autor ou participante.
- Algumas propostas: (1) Confere ao município de Venâncio Aires o título de "Capital Nacional do Chimarrão"; (2) Denomina "Vitor Mateus Teixeira - Teixeirinha" o complexo de viadutos do entroncamento entre a BR-386 e a BR-116, quilômetro 262, em Canoas, no Estado do Rio Grande do Sul; (3) Atribui ao Executivo estipular o nível de substância alcoólica por litro de sangue para a configuração do ilícito de embriaguez do condutor, podendo o agente de trânsito produzir provas acerca dos notórios sinais de consumo de alcóol ou substâncias psicoativas.
- Cota parlamentar: - MARÇO 2010 = R$ 19.573,97
- ABRIL 2010 = R$ 16.169,21

Sérgio Moraes, do PTB.

- Foram encontrados 32 itens que incluem seu nome como autor ou participante.
- Algumas propostas: (1) Dispõe sobre a exploração e a produção de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos fluidos sob o regime de partilha de produção, em áreas do pré-sal e em áreas estratégicas; (2) solicita que sejam convidados o Presidente da VALE , o Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e um Representante do Ministério Público do Trabalho, a fim de debater a demissão de 1.300 funcionários da mineradora anunciada no dia 03 de março de 2009, além da colocação de mais 5.500 funcionários em férias coletivas; (3) PL 465/2007 que cria o Fundo Nacional da Fumicultura (FNF) para incentivar e estimular a diversificação de atividades econômicas nas áreas cultivadas com tabaco e institui a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide-Fumo) incidente sobre a importação e produção, no mercado interno, de cigarros de fumo (tabaco).
- Cota parlamentar: - MARÇO 2010 = R$ 26.658,79
- ABRIL 2010 = R$ 28.806,15

Ony Lorenzoni, do DEM.

- Foram encontrados 432 itens que incluem seu nome como autor ou participante.
- Algumas propostas: (1) Requer seja convocado o Ministro da Integração Nacional para que preste esclarecimentos sobre a Construção das barragens de Taquarembó e Jaguari no Estado do RS; (2) requer a realização de Audiência Pública para discutir as possíveis conexões entre as denúncias divulgadas contra o BANCOOP - Cooperativa Nacional dos Bancários e o "MENSALÃO DO PT"; (3) PROJETO DE LEI Nº 5.938, DE 2009 Dispõe sobre a exploração e a produção de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos fluidos sob o regime de partilha de produção, em áreas do pré-sal e em áreas estratégicas, altera dispositivos da Lei no 9.478, de 6 de agosto de 1997, e dá outras providências.
- Cota parlamentar: - MARÇO 2010 = R$ 42.512,90
- ABRIL 2010 = R$ 35.780,56

Manuela Dávila, do PCdoB.

- Foram encontrados 222 itens que incluem seu nome como autor ou participante.
- Algumas propostas: (1) Inclui o direito à busca da felicidade como objetivo fundamental da República Federativa do Brasil e direito inerente a cada indivíduo e à sociedade, mediante a dotação, pelo Estado e pela própria sociedade, das adequadas condições de exercício desse direito; (2)Dispõe sobre a disponibilização de protetores solares pelas unidades de atenção básica à saúde; (3) Requer a inclusão na Ordem do Dia do Projeto de Lei nº 5798, de 2009, que Institui o Programa de Cultura do Trabalhador, cria o Vale-Cultura e dá outras providências.elevada relevância da matéria para a Cultura do País.
- Cota parlamentar: - MARÇO 2010 = R$ 50.817,76 (R$ 25 mil com propaganda!)
- ABRIL 2010 = R$ 28.999,85

Luciana Genro, do PSOL;

- Foram encontrados 314 itens que incluem seu nome como autor ou participante.
- Alguns projetos: (1) Prevê punição e mecanismos de fiscalização contra a desigualdade salarial entre homens e mulheres; (2) dispõe sobre a regulamentação da profissão de instrutor de artes marciais; (3) institui, no âmbito da administração pública indireta, a proibição de despedida imotivada de empregados públicos.
- Cota parlamentar: - MARÇO 2010 = R$ 47.681,13 (17.000,00 de propaganda!)
- ABRIL 2010 = R$ 26.759,21

Emilia Fernandes, do PT.

- Foram encontrados 34 itens que incluem seu nome como autor ou participante.
- Alguns projetos: (1) Sugere ao Ministro da Integração Nacional a criação da Agência de Desenvolvimento da Metade Sul do Rio Grande do Sul e o Fundo de Desenvolvimento da Metade Sul do Rio Grande do Sul;
- Cota parlamentar: - MARÇO 2010 = R$ 58.997,63 (R$ 26.000,00 com propaganda!)
- ABRIL 2010 = R$ 30.908,60


Eliseu Padilha, do PMDB.

- Foram encontrados 267 itens que incluem seu nome como autor ou participante.
- Alguns projetos: (1) Sugere ao Ministro de Estado das Cidades providências de Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica na extensão da linha 01 da TRENSURB; (2) Institui novo valor para o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica, regulamentado pela Lei nº 11.738, de 16 de julho de 2008; (3) Dispõe sobre o uso dos recursos do Fundo de Universalização de Serviços de Telecomunicações - FUST, criado pela Lei nº 9.998, de 17 de agosto de 2000, para a aquisição de computadores destinados aos estudantes brasileiros.
- Cota parlamentar: - MARÇO 2010 = R$ 20.015,05
- ABRIL 2010 = R$ 21.815,28

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Auto-ajuda da Lulu - precária, mas bem intencionada

Como a minha vida sentimental anda mais parada do que a água onde se reproduzem os mosquitos da dengue, tenho me envolvido bastante com a das minhas amigas – que anda para lá de movimentada, by the way. A questão é que bateu um período meio dor-de-cotovelo geral e eu fico atucanada pensando em como ajudar a resolver algumas coisas, para depois me dar conta que esse é um poder que obviamente eu não tenho. Só cabe a elas. Porcaria de sensação de impotência!

Por outro lado, uma amiga minha das mais próximas mandou um email para um guri esses dias, um desses rolos intermináveis que a maioria de nós temos, que eu achei que se enquadra tanto em tantos casos e que está tão bonitinho, que tive que pedir permissão para colocar aqui. Ele mostra como o tempo realmente é o melhor dos remédios e como a gente amadurece, mesmo em relação a sentimentos.

Então aí vai, o tal email e mais coisinhas aleatórias que eu espero que toque quem puder tocar.




Essa música me fez lembrar de ti algumas vezes. Nada mais justo do que tu ouvir ela lendo isso...
Nos conhecemos há muito tempo atrás. Naquela época, éramos duas crianças tentando entender o turbilhão de emoções dentro da gente (fosse relacionado a nossa família, amigos, escola ou coisas do coração). Tudo era novo e, por isso, se apaixonar era fácil. Confesso que tive bons momentos contigo mas hoje, mais de 10 anos depois, eu sei que vivi tudo aquilo por nós dois. Foi em mim que aquele sentimento, quase que infantil, doeu por anos. Depois de ti, tive outros namorados, conheci um pouco do amor e, junto com isso, veio o auto conhecimento. Eu mudei, e aquelas coisas que antes eu não entendia foram, aos poucos, fazendo sentido pra mim.
Tu deve estar te perguntando aonde eu quero chegar com isso. Vou te explicar. Acredito que não é à toa que o "destino" nos uniu tantas vezes e que, volta e meia, nos pegamos pensando um no outro, ou nos perguntando como seria. Convenhamos, isso não acontece com todo mundo. É quase que cármico, se é que tu me entende. O problema é que, hoje, eu não sei mais o que esperar de ti. E, honestamente...eu não espero.
Estou em uma fase na qual eu olho pro meu próprio umbigo. Se algo, ou alguém, não me satisfaz, eu me afasto. Quero o meu bem antes de qualquer outra coisa e o que tu fez fechou portas pra ti. Foi a atitude errada na hora errada. Mesmo assim, eu quero que tu saiba que isso não quer dizer que essa porta não vai abrir denovo. A grande difereça agora, é que tu vai ter que me mostrar que vale a pena abrir e, antes de qualquer coisa, tu tem que aprender a bater antes de entrar.






El Amor Despues Del Amor
Fito Paez


El amor después del amor, talvez,
Se parezca a este rayo de sol
Y ahora que busqué
Y ahora que encontrré
El perfume que lleva el dolor
En la esencia de las almas
En la ausencia del dolor
Ahora se que ya no
Puedo vivir sin tu amor.
Me hice fuerte ahí,
Donde nunnca vi.
Nadie puede decirme quien soy
Yo lo se muy bien, te aprendí a querer
El perfume que lleva el dolor
En la esencia de las almas
Dice toda religión
Para mí que es el amor
Después del amor.
El amor después del amor, tal vez,
Se parezca a este rayo de sol
Y ahora que busqué
Y ahora que encontré
El perfume que lleva el dolor
En la esencia de las almas
Dice toda religión,
Para mí es el amor después del amor.
Nadie puede y nadie debe vivir sin amor
Una llave por una llave y esa llave es mi amor
Una llave por otrta llave y esa llave es tu amor.


quarta-feira, 22 de setembro de 2010

FICHA LIMPA

Já falei por aqui sobre o avanço que eu considero a Lei Complementar 135/2010, a chamada "Lei da Ficha Limpa", de iniciativa dos cidadãos brasileiros e que visa coibir verdadeiras monstruosidades eleitorais que eram constantes no nosso país - como a possibilidade de eleição de corruptos praticamente confessos, somente porque sua condenação ainda não havia transitado em julgado (para quem não entende: não haviam se esgotado todos os recursos).

Ocorre que a celeridade não é exatamente uma característica da justiça brasileira e existe uma enorme gama de recursos que acabam sendo utilizados apenas com o fim de prorrogar o tal trânsito em julgado. Em razão disso, políticos sabidamente ladrões conseguiam se candidatar (e pior, eleger-se - salve o povo brasileiro!) repetidas vezes, continuando a usufruir do dinheiro público como bem entendiam. Casos óbvios são Paulo Maluf e Jader Barbalho, por exemplo, mais enrolados do que novelo velho e ainda assim presentes em todas disputas eleitorais pós-redemocratização.

A Lei, todavia, não é unânime e gerou grande controvérsia. Seria constitucional? Não seria uma afronta à presunção de inocência, princípio consagrado na nossa Constituição? Poderia ser aplicada nessas eleições, se passou a viger menos de um ano antes delas? Pois bem, hoje o Supremo Tribunal Federal julgará recurso do ex-governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PSC), contra o impedimento de sua candidatura baseado na lei. Apesar de ser um julgamento pessoal, é de extrema importância, pois poderá responder todas as controvérsias apontadas e, assim, refletir diretamente sobre os demais casos de candidatos afetados pela lei. Até agora foram barradas 250 candidaturas em razão da Ficha Limpa.

Para melhor entender a discussão e os argumentos das duas partes, coloquei abaixo dois artigos: um que prega a inconstitucionalidade da lei e outro que defende o contrário. Vale a pena ler, tentar entender, se posicionar e, dependendo da posição, torcer. Porque por incrível que pareça, um julgamento que ocorrerá em Brasília, cujas partes você nunca viu mais gordas, pode sim mudar a sua vida.

A Lei da Ficha Limpa: um avanço institucional?
Murilo Melo Vale


A LC 135/2010, mais conhecida como "Lei da Ficha Limpa", inaugurou no Brasil uma série de novas condições de elegibilidades com o escopo de proteger a probidade administrativa e a moralidade no exercício do mandado. Dentre estas novas inelegibilidades, incluem-se restrições à candidatura de pessoas que tenham contra si ações judiciais em que já houve condenação por órgãos colegiados sem a necessidade, contudo, de que a decisão tenha transitada em julgado.

Ao deparar com a nova lei eleitoral, realmente, o primeiro sentimento que vem à tona é de orgulho e satisfação, posto que esta lei representou uma grande vitória da democracia direta – por ser proposta por iniciativa popular – bem como da repressão à corrupção, que sempre atormentou este país.

No entanto, uma reflexão mais aprofundada nos leva a concluir que a novel legislação eleitoral não representa um avanço institucional, não havendo, por isto, motivos para comemoração.

No decorrer da história recente, foi despendido muito esforço em prol do reconhecimento e da institucionalização de certos direitos fundamentais para o homem. Vejamos, por exemplo, o caso do Princípio da Igualdade Formal: até a pouco mais de 200 anos, pensar que todos os homens são iguais perante a lei era algo inconcebível. Havia privilégios e restrições concedidos em razão do nascimento. Era corriqueira a criação de leis por autoridades cujo poder era amparado por dogmas sagrados, que impunham certas limitações e restrições de direitos apenas a uma classe da população, geralmente, majoritária. Tornou-se necessária, portanto, uma grande revolução mundial, não só no pensamento, como também nas instituições políticas, para garantir a intangibilidade de certos direitos universalmente entendidos como fundamentais a todos os homens, tais como a propriedade, a vida, a liberdade, e muitos outros.

A causa vitoriosa em prol do reconhecimento dos Direitos Fundamentais do homem teve que seguir por sua institucionalização, tendo como marcos históricos, a Declaração de Direitos de 1689 (Bill of Rights), a Constituição Norte-Americana de 1776 e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, cujos preceitos foram seguidos pelo constitucionalismo de várias nações. Tal institucionalização fortaleceu-se, ainda, no século passado, com a Declaração dos Direitos Humanos e do Cidadão da ONU (1949) e com o Pacto de São José da Costa Rica (1969).

O fato é que somente após o reconhecimento e a institucionalização dos direitos fundamentais foi possível a criação dos alicerces para a inauguração de um Estado Democrático de Direito, no qual impera a vontade da lei produzida democraticamente e garantidora dos preceitos básicos do ser humano.

Dentre estes direitos, arduamente conquistados na história contemporânea e essenciais para a criação de um Estado Democrático de Direito, encontra-se o Princípio da Presunção de Inocência. Em qualquer Estado Democrático de Direito existente na atualidade, seria insólita e disparatada a alegação de que uma pessoa possa ser considerada má ou culpada por algo, sem que tenha uma decisão definitiva do Estado Julgador. É justamente isto que a Lei da Ficha Limpa se propõe a fazer, ao impedir a candidatura de quem tenha sido condenado, sem que se tenham esgotados todos os recursos cabíveis.

Ora, hodiernamente, incontáveis são os recursos providos para modificar decisões anteriormente proferidas, seja por juiz singular, seja por órgão colegiado. Restringir esse direito fundamental da Presunção da Inocência pode consubstanciar um grande prejuízo, não só para o candidato político, como também para as instituições democráticas. Isto porque, uma eventual injustiça cometida na declaração de inelegibilidade implicará um prejuízo injustificável para o cidadão, que terá seu direito de voto restringido.

Admitir juridicamente estas novas condições de inelegibilidade é uma ofensa à mencionada evolução histórico-institucional que garantiu a intangibilidade dos direitos fundamentais do ser humano. Com efeito, para podermos nos rotular como um Estado Democrático de Direito, é imprescindível o respeito às conquistas políticas e institucionais de nossos antepassados que, com amplo consenso, solidificamos em nossa Constituição da República.

Desta forma, é indiscutível que esta "excepcionalização" de direitos fundamentais, em vista de certas finalidades pragmáticas, apresenta-se no mundo jurídico como um grande retrocesso para o Estado Democrático de Direito, devendo, por isto, ser reprovada social e juridicamente. Caso contrário, em pouco tempo, estaremos aceitando normas que limitem a intimidade, a dignidade, o devido processo legal, o contraditório, bem como outras que possibilitem provas obtidas por meio da tortura, a escravidão, a discriminação racial, a desigualdade formal etc.

Por tal razão, não se pode considerar a "Lei da Ficha Limpa" um avanço para nossa democracia. As novas condições de inelegibilidade devem permanecer, porém condicionadas ao transito em julgado de uma sentença condenatória, a única maneira sensata e democrática de se afirmar que determinada pessoa não é digna de um cargo político.

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FICHA LIMPA
A constitucionalidade da nova lei

Por Dalmo de Abreu Dallari em 21/9/2010



Em breve o Supremo Tribunal Federal deverá julgar um caso que envolve uma decisão sobre a constitucionalidade da Lei Complementar nº 135, a chamada Lei da Ficha Limpa. A fim de que se tenha clareza quanto ao que vai ser decidido pela Suprema Corte, é oportuno apresentar uma síntese da situação jurídica e dos questionamentos que deverão ser objeto da decisão do Judiciário.

Em primeiro lugar, é importante assinalar que o Capítulo IV da Constituição trata "Dos Direitos Políticos" e ali se encontra o artigo 14 que, no parágrafo terceiro, faz a enumeração das condições de elegibilidade, ou seja, os requisitos para que alguém possa ser eleito para um cargo político, recebendo o mandato do povo. O parágrafo 7º trata expressamente das situações que tornam uma pessoa inelegível, como, por exemplo, os parentes próximos de uma autoridade, que não podem ser eleitos para substituí-la. E o parágrafo 9º dispõe, com minúcia, sobre as inelegibilidades numa visão mais ampla, prevendo textualmente: "Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do mandato, considerada a vida pregressa do candidato e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta."

Com base nesse dispositivo constitucional foi aprovada a Lei Complementar número 64, de 18 de maio de 1990, estabelecendo outros casos de inelegibilidade, lei que passou a ser conhecida como Lei das Inelegibilidades e que foi parcialmente alterada pela Lei Complementar número 81, de 13 de abril de 1994. Mais recentemente, a partir de iniciativas de segmentos da sociedade brasileira, foi aprovada pelo Congresso Nacional uma nova lei fixando outros casos de inelegibilidade, como previsto na Constituição. Trata-se da Lei Complementar número 135, de 4 de junho de 2010. Desde logo se verifica que o estabelecimento de novos casos de inelegibilidade por meio dessa lei é de inquestionável constitucionalidade, pois essa hipótese está expressamente prevista no artigo 14, parágrafo 9º, da Constituição.

Exigência de moralidade

As dúvidas suscitadas pelos interessados, e que deverão ser dirimidas pelo Supremo Tribunal Federal, referem-se aos casos de condenação em órgão judicial colegiado, ou seja, em órgão com mais de um julgador, num processo de apuração de abuso do poder econômico ou político. Uma das alegações é que a Lei Complementar nº 35 não poderia ser aplicada às eleições deste ano porque a Constituição proíbe a aplicação de uma nova lei a uma eleição que ocorra até um ano depois de sua entrada em vigor. Como a Lei da Ficha Limpa entrou em vigor no dia 7 de junho deste ano, que foi a data de sua publicação, seria inconstitucional aplicá-la às eleições do próximo dia 3 de outubro.

Na realidade, a proibição constitucional não tem a extensão que se pretende dar a essa interdição e não impede a aplicação imediata, nestas eleições, da Lei da Ficha Limpa. Com efeito, o que diz, textualmente, o artigo 16 da Constituição é que "a lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até 1 (um) ano da data de sua vigência". Ora, processo, como bem esclarece o notável processualista José Frederico Marques, é um conjunto de atos concatenados, que devem ser praticados numa sequência pré-estabelecida, servindo de instrumento para o exercício da função jurisdicional. Ora, o que a Lei da Ficha Limpa faz é, simplesmente, estabelecer condições de inelegibilidade, sem qualquer interferência no processo eleitoral, que continua a ser exatamente o mesmo anteriormente fixado por lei. Não há, portanto, qualquer inconstitucionalidade.

Outra alegação é que a aplicação da Lei da Ficha Limpa a situações estabelecidas anteriormente seria contrária à regra constitucional que proíbe a retroatividade. Também nesse caso está ocorrendo um equívoco. De fato, a Constituição proíbe a aplicação retroativa da lei penal, encontrando-se essa interdição em disposição expressa do artigo 5º, inciso XL, segundo o qual "a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu". Ora, não há como confundir uma lei que estabelece condições de inelegibilidade, uma lei sobre as condições para o exercício de direitos políticos, com uma lei penal. Veja-se que a própria Constituição, no já referido artigo 14, parágrafo 9º, manda que seja considerada a vida pregressa do candidato, ou seja, o que ele fez no passado, para avaliação de suas condições de elegibilidade. Assim, pois, não ocorre a alegada inconstitucionalidade da Lei da Ficha Limpa, porque ela não fixa pena, mas apenas torna explícito um dos aspectos da vida pregressa que podem gerar a inelegibilidade.

Em conclusão, a Lei da Ficha Limpa não afronta qualquer disposição constitucional e, mais do que isso, complementa a exigência constitucional de moralidade para o exercício do mandato.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

É sempre mais difícil ancorar um navio no espaço




Dentre as diversas opções do Porto Alegre em cena, tenho que me contentar em assistir o que me agrada, no pouco tempo que me sobra. Ou seja: há certa chance de eu não ter tanto sucesso. Pois bem, acho que a sorte está do meu lado: domingo fui ao Teatro CIEEE assistir “Um navio no espaço ou Ana Cristina César”, peça de Paulo José encenada por ele e a sua filha Ana Kutner sobre a poeta Ana Cristina César, considerada um dos expoentes da poesia da geração de 1970. Saí maravilhada, pensativa, curiosa.

Paulo José começa a peça se questionando: “porque mulheres inteligentes se matam”?

E realmente é curioso isso. Parece que a vida rasa, sem maiores questionamentos, é tão mais fácil, não? A poesia precisa de drama, precisa de sofrimento. Parece que só o sofrimento tem conteúdo, a felicidade simplesmente é vivida. Já foi escrito um post nesse blog pelo Fernando comentando que as grandes artistas, cuja obra efetivamente perdurou, geralmente tiveram uma vida sofrida: é o caso de Billie Holiday, Elis, entre tantos outros.

A Ana Cristina é um desses exemplos: da classe média-alta carioca, bonita, inteligente, mestrado em Londres, um dia simplesmente se atirou pela janela do apartamento dos pais e tirou a sua própria vida. O que ela fez e escreveu antes disso? É o que conta a peça, vasculhando sua vida e obra para tentar entender justamente aquela primeira indagação: porque?

FAGULHA

Abri curiosa
o céu.
Assim, afastando de leve as cortinas.

Eu queria entrar,
coração ante coração,
inteiriça
ou pelo menos mover-me um pouco,
com aquela parcimônia que caracterizava
as agitações me chamando

Eu queria até mesmo
saber ver,
e num movimento redondo
como as ondas
que me circundavam, invisíveis,
abraçar com as retinas
cada pedacinho de matéria viva.

Eu queria
(só)
perceber o invislumbrável
no levíssimo que sobrevoava.

Eu queria
apanhar uma braçada
do infinito em luz que a mim se misturava.

Eu queria
captar o impercebido
nos momentos mínimos do espaço
nu e cheio

Eu queria
ao menos manter descerradas as cortinas
na impossibilidade de tangê-las

Eu não sabia
que virar pelo avesso
era uma experiência mortal.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

...

Tempos estranhos esses. Para mim é como se a vida tivesse meio que em suspenso, aguardando alguma coisa que eu nem bem sei o que é. Vai se vivendo, se estuda, se trabalha, mas falta aquele ímpeto, sabe? Simplesmente se vive. E essa coisa de só ir levando tudo sem objetivos imediatos vai me dando um desânimo, uma melancolia... Há tempos que meu corpo e minha mente não estão exatamente conectados, que cada um quer seguir um rumo. A quantidade de coisas que eu tenho que fazer para organizar a minha vida não é pouca, mas eu fico inerte, simplesmente nada acontece. A começar pela simples arrumação do meu quarto, que se faz necessária há mais de mês, que me faz ficar em Porto Alegre fim de semana após fim de semana e que eu simplesmente não consigo pôr em prática. A cama sempre parece mais atraente do que o armário e o sono acaba sendo a única tarefa dos meus dias livres. Eu me conheço e sei que essa arrumação só virá quando começar a surgir a vontade, aquela vontade que tanto está me fazendo falta! Sei também que esse “acontecimento” (a arrumação do quarto) será como um marco da minha nova fase, a Revolução Industrial, a tomada de Constantinopla da minha própria história (forcei, eu sei, mas ando assim meio melodramática). O problema é que enquanto ela não chega, eu fico nesse estado de semi-sonolência, de desvontade (se é que essa palavra existe), de cama e pijamas forever. SOS.

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Quem me conhece sabe que eu gosto de política. Sempre me interessei. Assim que eu pude fiz meu título de eleitor, pesquiso antes de escolher meus candidatos, gosto de estudar o sistema. Sempre acreditei ser a política o melhor canal de melhorar as coisas, ou ao menos, de melhorar muita coisa.

Só que esse ano, tenho que admitir, estou de saco cheio. Mesmo. A velha pergunta, seguida da odiosa afirmação que aqueles que diziam “odiar política” me faziam e me irritava profundamente anda passando repetidamente pelo meu cérebro: um “para que?”, seguido de um “nada vai mudar”. Ai, bateu o desânimo, sabe? Não tem candidato a presidente que realmente me anime e pior: tem muitos que me desanimam profundamente. Deputados, então, simplesmente não tenho vontade de votar! A começar pelo nosso sistema eleitoral, onde eu posso votar em um e ajudar a eleger outro. Um daqueles. Mais um daqueles. Ah, não, assim não dá. O que me traz de volta um pouco a minha velha animação são iniciativas como a Lei da Ficha Limpa, por exemplo, uma luz no fim do túnel da política brasileira, mostrando que iniciativas populares também são um modo - um bom modo - de fazer política.

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E para acabar com a desanimação gritante dos dois primeiros posts, agenda cultural: COMEÇOU O 17º PORTO ALEGRE EM CENA!

Quem é de Porto Alegre não pode deixar esse festival de teatro sensacional, se eu não me engano o maior festival de teatro do Brasil, passar em branco. Peças maravilhosas, oficinas, espetáculos internacionais, tudo a um preço realmente acessível (se ainda encontrarem ingressos).A lista de espetáculos é bem grande, tem para todos os gostos.

Então faz assim: vai no site do Porto Alegre em cena (www.poaemcena.com.br), dá uma olhadinha na programação, no que tem por aqui esse ano, escolhe o que mais te agrada e vai em frente. Não dá para perder!

E já que o assunto é cultura, outra dica: a 7ª seleção de Filmes Bourbon Shopping, rolando em Porto Alegre e São Leopoldo, com 14 títulos inéditos do cinema, adiantando para a gente vários lançamentos do próximo semestre.Quem quiser dar uma conferida na progrmação, dá uma olhada no site: http://img.zaffari.com.br/selecaodefilmes/

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Desabafo

Ando meio sumida dessas bandas, meio sem tempo e sem inspiração para colocar minhas idéias por aqui. Enquanto essa fase não passa, vou aproveitar a inspiração de amigos e conhecidos.

O primeiro a ganhar espaço por aqui é o @nilton_jr, meu tutor cibernético e amigão de muitos outros momentos. Muitos já devem ter visto pelos you tube da vida o "desabafo de um colorado", em resposta ao desabafo do gremista, irônica e sensacionalmente escrito por ele. Como a identificação foi imediata, eu queria muito colocar o texto por aqui. Abaixo vai o original e depois o filme pronto no final:

Hoje é 19 de agosto de 2010. Ainda não dormi.
Sou colorado, e agora sou Bi-Campeão da Libertadores. Fiz festa, mais uma vez, a noite toda.
Aí é que ta o problema. Eu me criei nos anos 90. Não to acostumado com isso. Cara, por mais de 10 anos, eu tive UMA, só UMA, camisa do Inter. Uma adidas número 4, do Gamarra.
Agora?
Agora eu tenho que comprar uma camisa nova a cada 6 meses. É craque que não para de chegar, é estrela que não param de bordar. Meu, eu comprei em janeiro a camisa 10, do D’alessandro... craque do time. Daí, o Inter vai lá e contrata o Sóbis e o Tinga, ídolos. Tive que comprar a deles também. Isso sem falar nas versões comemorativas dos títulos. Ainda bem que o Inter aboliu o uso de estrelas pros títulos. Imagina... eu já ia começar a bordar em casa..
Isso me incomoda. Cansei de ganhar tudo, de não ter rival. Eu espero no elevador, mas meu vizinho não sobe. Nunca. Não tenho mais nem em quem folgar.
Cara, o primeiro jogo que eu fui no Beira-Rio, em julho de 93, éramos 134 torcedores. 134 cara!!!! Agora, 17 anos depois, tenho que entrar no estádio 3h antes pra conseguir um lugar onde dê pra ver o jogo! Assim não dá...
E os guri de Caxias? Dava gosto de ir no jogo, sofria, gritava... agora não? Agora é de 8 pra cima. Eu fui no estádio pra ver gol do CLEMER, GOL DO CLEMER
Daí o Inter foi jogar o Mundial. Ta, fui pro Japão.. Sabia que ia perder, afinal, era o Barcelona, o GRANDE Barcelona. Minha esperança era passar dos mexicanos e chegar na final...
Chega lá, jogo pegado, o filho da puta do Ceará resolve que o Ronaldinho não vai jogar... Porra Ceará!!! E o Clemer? Maior frangueiro da história, FECHOU O GOL.
Mas daí o Índio quebrou o nariz, e o Fernandão saiu com câimbras. Ta, as coisas tomaram o rumo certo. Acabou, vamos perder.
Pra ajudar, quem entrou no lugar do Capitão América foi a lêndia do Gabirú. Sério, voltamos ao passado. Não tem como ganhar do Barcelona com um zagueiro de nariz quebrado e o gabiru no meio. Aham, senta lá!!! O diabo do zagueiro de nariz quebrado lançou, o juvenil Luiz Adriano raspou de cabeça, e o GABIRÚ FEZ O GOL. O GABIRÚ, AMIGO.
TA LÁ, ESCRITO NA HISTÓRIA. INTER CAMPEÃO DO MUNDO FIFA COM GOL DO GABIRÚ.
Mais uma camisa. Assim não dá.
E os títulos??? 2002 - Super Campeão Gaúcho, 2003 - Bicampeão Gaúcho, 2004 - Tricampeão Gaúcho, 2005 - Tetracampeão Gaúcho, 2006 - Campeão da Libertadores da América, 2006 - Campeão da Copa do Mundo de Clubes Fifa , 2007 - Recopa Sul-Americana, 2008 - Dubai Cup, 2008 - Campeão Gaúcho, 2008 - Campeão INVICTO da Copa Sul-Americana, 2009 - Bicampeão gaúcho (Taça Fernando Carvalho e Fábio Koff), 2009 - Campeão da Copa Suruga Bank,
Mas esse ano ia ser diferente. O técnico era um teimoso, burro e mal educado. Um Lori Sandri versão 2010. Com o Fossati não tinha como.
Quartas de final, na Argentina, perdendo pro atual campeão da América... O Estudiantes não ia deixar passar... mas claro, sempre tem um desgraçado. Na hora que eu já tava tirando a camisa, desligando a TV e chamando meus amigos colorados pra jogar um RPG, o Giuliano vai lá, no meio de uma nuvem de fumaça, que deve ter vindo do inferno junto com ele, e faz o gol. Ninguém merece.
Mesmo assim caiu o técnico burro... e veio um pior.
daí tu pensa...
ok.
com Celso Roth eu vou ter um descanso
e ele conquista a América!!! Bi-Campeão da América, MAIOR TIME DA DÉCADA.
Eu tava acostumado com excursões pra erechim, são Borja, Caxias. De buzão. Agora? Agora já fui pro Japão, pro México, e esse ano EU FIZ VISTO PRA ABU DHABI! O cara da polícia Federal não ta entendendo... to viajando mais que o Zeca Camargo!


quinta-feira, 19 de agosto de 2010

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Go away...

Viajar. Viajar. Viajar. Cinco semanas away. Novos lugares, descobertas, aprendizado. Muita gente nova, histórias mil. A plenitude que eu alcanço quando eu viajo eu acho que eu não consigo em nenhum outro momento da minha vida. De chegar a ter um momento de parar e pensar: "caralho, tô feliz". Difícil da gente se dar conta na hora em que está vivendo que está feliz. Quando acontece, bom sinal. E é isso. Viajar para mim é felicidade aparente, pungente, independente. Não vivo sem. Voltar também, uma delícia. Faz parte do "pacote viagem", inclusive, a volta e todas as coisas boas que ela traz: matar saudades de família, amigos, comidas, costumes, da casa, dos programas de tv, da vida rotineira, que é cheia de pedacinhos de alegria também. Pois bem, fui, conheci, sorri, aproveitei. Voltei, revi, recomeçarei. E provavelmente o blog volte a ativa junto comigo. Enquanto isso, eu bolo o próximo destino...

(para ler escutando: Paris is burning - vídeo abaixo)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

In 2 days...







I´m gonna meet the world!

domingo, 27 de junho de 2010

.novela.




- Eu acho que se a vida fosse feita de várias pequenas novelas, este fim de semana poderia ter sido o último capítulo de uma delas. Várias histórias a minha volta se fecharam, rolou uma espécie de "grande desfecho". Teve "felizes para sempre", fins difíceis, retomadas, mudanças. Teve até aquela coisa meio filme cult, um ponto de interrogação em relação a certos personagens. Só faltou o elenco todo reunido no final (se bem que catando bem até isso teve!). É até legal pensar dessa forma, porque se assim for, agora começa uma nova novela, momento de recomeçar a escrever, fazer uma história nova dentro do nosso grande livro. Uma espécie de objetivos de ano novo na hora errada. Momento "vá atrás do seu final feliz". Eu? Fui.

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- Disse Ms. Lispector, meu mais novo vício literário, em uma de suas cartas:

"É que eu não sou senão um estado potencial, sentindo que há em mim água fresca, mas sem descobrir onde é a sua fonte".

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- E disse Woody Allen, meu mais constante vício cinematográfico:

"Tive carta branca durante 35 anos e nunca fiz um grande filme. Não está em mim fazer um grande filme; não tenho visão em profundidade para fazer isso. Não digo para mim mesmo: vou fazer um grande filme e vou ser intransigente. Se for preciso, trabalho noites a fio e vou ao extremo da Terra. Esse simplesmente não sou eu. Eu gostaria e fazer um grande filme, desde que isso não atrapalhe a minha reserva para o jantar".

E completa:

"Não quero trabalhar até altas horas. Quero voltar para casa a tempo de jantar, tomar a minha clarineta, ver o jogo, ver os meus filhos. Então, nessas circunstâncias, faço o melhor filme que posso. Às vezes, tenho sorte e o filme sai bom. Às vezes, não tenho sorte e não sai bom. Mas com certeza fui, não irresponsável, mas preguiçoso".

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- Engraçado como não é por acaso que a gente gosta de determinados autores e diretores, como para isso impera a existência de identificação, nem que seja subentendida, nas suas obras.

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Dito isso, já tenho material suficiente para repensar meu "personagem" para essa novela que se inicia.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Quando o sexo decepciona... e a cidade também.

Então. Após um período longe, resolvi reencontrá-las. Eu já estava com saudade, é impressionante como a gente se apega e morre de curiosidade de como andam as vidas daqueles com quem convivemos durante, o quê, 6 temporadas? Pois é, lá fui eu: Carrie, Miranda, Charlotte e Samantha já estavam me fazendo falta e eu estava louca para conferir Sex and the city 2. Depois do primeiro filme, que muito me agradou, mais dilemas femininos e muita moda para analisar me esperavam, que alegria! Pois é, mal sabia eu que só o que me esperava era essa última, a alegria. Ou uma tentativa de.

Não gostei. Mesmo. Para mim o filme "traiu" toda a proposta do seriado e do primeiro filme e se tornou uma comédia patética, pastelão e previsível (do ponto de vista de Hollywood, não do seriado). Não que eu não tenha dado risadas, nem que eu não tenha sáido feliz do cinema, claro que sim. Eu sou realmente apegada a certos seriados e só o fato de poder conferir novas histórias envolvendo seus personagens já me alegra. Mas não pude deixar de notar o desconforto que me perseguiu durante toda a exibição.

O seriado. Por mais que falasse muito de marcas, roupas e, claro, sapatos (!!!) ele sabia juntar a isso questões realmente existenciais do ponto de vista feminino, questões com as quais toda mulher se identifica. O que as roupas tinham de fantasia e sonho, o resto tinha de realidade, sem um pinguinho de hipocrisia: para começar a protagonista fumava, no auge do movimento anti-fumo e do politicamente correto. Responda rápido: qual mocinha atual tu viu fumando em um filme, seriado ou novela? O cigarro hoje é delegado, em filmes e novelas, no máááximo para o traficante, o bandido e olhe lá. No seriado não, a Carrie chegou a sair correndo de um encontro para fumar o seu cigarrinho. Não que seja certo fumar, mas as pessoas fazem. Fora isso, ela ainda traía o namorado perfeito que amava ela com o caso sem futuro que fazia ela de idiota. Também não conseguiu aceitar o pedido de casamento do tal namorado perfeito, simplesmente porque não era para ela. Não é racional, não é explicável: é real. Do mesmo modo funcionava com as outras personagens, às vezes um pouco mais caricaturizadas, mas ainda assim representantes da questão feminina em geral: aquela que a prioridade da vida é ser uma profissional realizada, pensa duas vezes quando descobre que está grávida e sofre com o dilema de toda mulher moderna: distribuir o tempo entre trabalho e filhos. A romântica, que sonha com o casamento e faz disso a sua prioridade e que choca as amigas ao abandonar o trabalho de sucesso para "cuidar da casa" e, ainda, aquela em que o sexo é prioridade, a caça é o objetivo. Na verdade toda mulher é uma mistura dessas quatro. Tem episódios em que elas fumam maconha, em que elas dizem ter feito aborto, em que elas admitem não usar camisinha sempre, em que a amiga fica triste ao saber que a outra vai casar e por aí vai. Não há mitificação, é a vida ali, decorada com puro luxo - esse sim distante da maioria dos mortais!

O primeiro filme seguiu a coerência do seriado: mostrou a dificuldade da workaholic em manter o casamento com o trabalho, os problemas de uma pessoa que sempre se cuidou e se colocou em primeiro lugar em manter um relacionamento em que cuida mais do parceiro do que de si, as dificuldades daquela que sempre gostou de muito sexo com muitos homens de se adaptar a sociedade, abandonar seus instintos e aderir a monogamia e até a preocupação daquela em que tudo está fluindo muito bem na vida de que vá acontecer algo errado a qualquer momento. É um roteiro bem amarrado, que emociona, que conta algo.

Já o segundo filme se tornou justamente aquilo que todos aqueles que não assitiam o seriado imputavam a ele: ser pura futilidade. Não tem roteiro, não tem história, parece que foi feito para ser um grande desfile de moda (moda esta que inclusive também já está passando do ponto. Calma, Patricia Fields!) e das paisagens do Oriente Médio. Oriente este altamente estigmatizado no filme por sinal. Os personagens perderam todo o perfil original: a Miranda deixou de trabalhar para cuidar da família, a Samantha deixou de ser confiante no seu corpo e no seu "apetite sexual" para se tornar dependente de hormônios e até o Aidan, que sempre guardou um certo ressentimento pela Carrie e era todo politicamente correto, estava todo saidinho, correndo atrás dela mesmo estando casado e com tês filhos. A única personagem que salva o filme é a Charlotte e seu dilema de mãe de dois filhos pequenos, que por amá-los tanto tem vergonha de admitir que tem momentos que acha que vai enlouquecer, que precisa ficar longe deles de vez em quando. Sensacional a cena em que admite que, ao ser alertada de que o marido podia ter atração pela babá bonitona, o seu primeiro pensamento foi: "oh God, I cant lose the nanny!". Bela sacada, mas praticamente a única.

No fim, ficou parecendo para mim que o filme se vendeu, se é que é possível que um seriado símbolo do capitalismo atual ainda tenha algo a vender. De um seriado que falava das questões femininas com apenas uma pitada de humor, se tornou praticamente uma pornochanchada brasileira dos anos 70, uma comédia sem reflexão. Agora o próximo filme de seriado que eu aguardo ansiosamente é o do Friends, os personagens por quem eu tenho mais apego, e espero mesmo que ele não me decepcione assim! Duas punhaladas vindas do meu dvd é demais para mim!

Obs: vi o filme no sábado e estava elaborando o que eu ia escrever sobre ele por aqui quando me deparo com essa crítica na ZH de domingo, de uma jornalista do The Guardian, falando EXATAMENTE o que eu achava, só que muito mais bem escrito. Se tiver curiosidade, dá um conferes: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2941009.xml&template=3898.dwt&edition=14918§ion=1026

sexta-feira, 4 de junho de 2010

How about love?



Dia dos namorados chegando, solteirice pegando e nem um vislumbre de melancolia de minha parte no horizonte. Isso até me dá medo. As solteiras de plantão à minha volta já vem sofrendo antecipadamente há mais de mês, jogando pragas e fazendo simpatias. Para cada murmurro de insatisfação delas, sai uma cortada de reprovação minha, seguida pela tréplica delas de que eu não conto, que eu sou uma "solteira convicta", uma "solteira bem resolvida". Hein? Será que elas tem razão?

Vejo um monte de relacionamentos na minha volta e é impossível, para a minha cabeça eternamente funcionante, não analisar. Acho que é isso que me (des)encanta nesse negócio todo: meu Deus, co-mo é di-fí-cil! Não tem receita, depende de sorte e a experiência conta muito pouco. Aaai, medo de novo!

Vejo aqueles "casais forever" se desfazendo e outros, em que o fim era iminente há pouco tempo atrás, flutuando em um mar de rosas. Vejo casamentos perfeitos acabarem, vejo péssimos casamentos continuarem e um mais do que óbvio vice-versa. Vejo namoros-paixão, namoros-parceria, namoros-conveniência. Uns começando, outros acabando, vários se mantendo. Cada um com a sua receita, que (#ficadica) possivelmente não adiantará ser seguida pelos outros.

Nessa função, eu não consigo definir direito a minha posição, mas acho que eu chegaria perto de algo como uma otimista/racional. Explico: não acredito em uma só alma-gêmea, acho que existem muitos "encaixes" para cada um. Sei e tenho sempre em mente que casos, namoros e casamentos acabam SIM, é quase que inevitável. Podem até me citar os casamentos de uma vida inteira para desbancar a minha teoria, mas não funciona: pergunta se o casamento do início é o mesmo relacionamento das bodas de papel e se esse é o mesmo das bodas de ouro? Mais do que provavelmente não. Cada casamento acaba, ainda que continue o mesmo (compliquei, eu sei).

O que acontece - E É IMPORTANTE TER EM MENTE - é que isso não quer dizer que eles não deram certo. E mais: que não virão outros. Sempre virão outros. E só mais um pouco: se acabam, é para melhor. Pode demorar uns dias, dois meses, três anos de fossa. Mas quando a fossa passa, a vida muda sempre para melhor. Pelo menos é o que eu tenho visto por aí e, podem acreditar, minhas opiniões sempre tem fundo empírico.

Então a questão para mim não é entre ser solteira convicta ou rezar para Santo Antônio todo dia para arrumar um marido. A diferença para mim está entre racionalidade x emotividade, otimismo x pessimismo. As atitudes das pessoas quanto a relacionamentos deviam ser classificadas em 4 categorias: racionais-otimistas, racionais-pessimistas, emotivos-otimistas e emotivos-pessimistas. Me parece que a grande maioria das pessoas (grande maioria das mulheres para ser mais exata) são emotivo-pessimistas, completo oposto do que eu acredito.

Racional-otimismo: deve-se ser racional o suficiente para saber que as coisas podem e possivelmente darão errado uma hora ou outra, mas não tanto a ponto de parar de acreditar que vão acontecer de qualquer forma. Porque - e aí entra o otimismo - elas vão. E até podem acabar depois, mas daí outras acontecerão novamente. E assim vai a vida, nessa ciclicidade de que eu tanto falo. Dá para entender? É tipo "se acabou, acontece, mas virão outros". Típico conselho furado de amiga em fim de namoro, mas para mim impressionantemente real. Sim, amiga, SEMPRE virão outros!

Então, para que se desesperar se as coisas sempre tem seu tempo? Deve-se saber respeitar o tempo. Elas VÃO acontecer, e depois disso possivelmente acabar, e depois da fossa tudo vai melhorar e recomeçar novamente e assim por diante. Mesmo que uma pessoa viva a vida toda em apenas um casamento é assim que as coisas vão se passar. Só que, nesse caso, todas essas fases com uma só pessoa.

O que eu acho engraçado é que geralmente o maior medo das pessoas é "não ter alguém", "não estar namorando" ou "não casar" ao invés de ser "não encontrar alguém de quem eu realmente goste", "não achar alguém com quem eu realmente me divirta" ou "não achar alguém que me faz realmente feliz". O antes só do que mal acompanhada funciona para poucas - acho que só para as racionais/otimistas mesmo.

Então assim: eu tenho SIM medo de não achar alguém com quem eu realmente me sinta bem. Mas por outro lado ACREDITO que vou, uam hora ou outra. Já achei algumas vezes, oras, vai acontecer de novo. Eu respeito o tempo e, enquanto esse encontro não chega, eu vou me divertindo como posso... (ôôô se vou!).

Ps: e depois dessa palestra toda, vem o Carpinejar e me desbanca - ver figura lá de cima.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Astrologicamente falando...

A semana que passou foi agitada, conturbada e acabou com um assunto dominante na pauta entre amigas: inferno astral. Com duas geminianas prestes a fazer aniversário vivendo um período, digamos assim, não tão sortudo, fica a questão: existe mesmo esse tal de inferno astral? Pois bem, fui catar. E não é que bate? Diz a Roberta Tórtora, de um conhecido site de astrologia, sobre o assunto:

"O período conhecido popularmente como "Inferno Astral" é o mês que antecede o aniversário de alguém. Nesta época, muitas pessoas acreditam viver momentos de angústia, depressão ou até mesmo azar, atribuindo as turbulências a alguma configuração astrológica misteriosa. Será que ela realmente existe e é mesmo inevitável?

Existem algumas explicações para entender estes trinta dias temidos antes da inauguração de uma nova idade. O aniversário nada mais é do que o marco de um novo ciclo solar na vida de uma pessoa, ou seja, o Sol passa pelo mesmo ponto do Zodíaco que estava quando ela nasceu, sinalizando uma nova etapa para a sua consciência. Os dias que antecedem esta renovação são exatamente os últimos do ciclo anterior que a consciência vinha atravessando.

Cid de Oliveira lembra que os ciclos representam na Astrologia os estágios de todo e qualquer processo de desenvolvimento e que "o final de um ciclo" se caracteriza por ter uma qualidade de tempo marcada pela agitação, mudança, instabilidade e desordem, somadas à insegurança em relação ao futuro que está por vir. "Isto acontece porque é no final do ciclo que se esgotam as possibilidades de expressão existentes no seu início e manifestam-se os resíduos responsáveis por sua dissolução. Em suma, o tempo que antecede imediatamente o final de qualquer ciclo caracteriza-se pela desordem e pela inversão dos valores admitidos no seu início", explica.

Pela técnica da revolução solar, cada mês do ano, a contar a partir da data do aniversário, corresponde a uma determinada casa astrológica ou setor prático da vida de uma pessoa que estará sendo vivido mais intensamente. Assim, no primeiro mês a partir do aniversário, vive-se de forma enfática a casa 1: a pessoa fica mais centrada em si mesma e em seu comportamento. O décimo segundo e último mês do ano corresponde à casa 12, trecho do mapa que analisa os sacrifícios e doações que uma pessoa deve fazer aos outros, sem esperar recompensas para isto".


Cada vez eu acredito mais em astrologia. Analisando os anos passados eu percebo que já não é de hoje que maio é sempre um mês meio conturbado para mim, sempre a pior fase do ano, meio angustiante e de MUITA ansiedade. O bom de perceber isso é que já dá para se acalmar um pouco por saber de antemão que logo logo vai passar. Afinal, junho está aí. Que venha!!!

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E seguindo nessa função signos, aniversário e auto-conhecimento, fiz um mapinha astral online e não é que muita coisa bate?

"Cansam-se facilmente de um assunto e passam para outro assim que dominam o primeiro".

"Sua mente é engenhosa, hábil, com facilidade de compreensão e assimilação. Têm facilidade de se adaptar às mudanças na vida, gostando de experiências sempre novas e renovadas".

"Gostam de argumentar e seu raciocínio lógico lhes dá sempre razão".

"Às vezes ele tem necessidade de mais de um relacionamento, e para não ser acusado de inconstância, deve falar francamente com o parceiro, já que nem todos os relacionamentos são necessariamente "sexuais". Outro ponto importante é o relacionamento intelectual com o parceiro, já que ele precisa de um estímulo constante de interesse".

"A moda está sempre em dia na casa dos geminianos, pois nada é permanente, a não ser as constantes mudanças!".

"Precisam também de um lugar para seus livros e revistas, com os quais se alimentam diariamente".

"A curiosidade e o desejo de aprender podem manter você em constante mobilidade e fazê-lo viajar muito e mudar constantemente de casa ou de emprego. Você pode ser frio em relação aos sentimentos e emoções que serão analisados e vivenciados de forma racional".

"Você pode sofrer de indecisões e dificuldade de concentração. Você precisa aprender a ser mais constante e profundo em seus objetivos".

"Por temperamento você é pessoa ativa, curiosa, esperta, engraçada, mas irresoluta. Prefere racionalizar suas emoções do que deixar envolver-se emocionalmente, mas adora comunicar-se com os outros. Gosta de mudar e de viajar".

"Você aprende melhor intuitivamente já que tem percepção psíquica e intuitiva".

"Sua atividade é tenaz, mas flutua muito de intensidade devido a oscilação de seus estados emocionais. Você gosta muito da segurança proporcionada pelo dinheiro, mas não de ter que competir. Sente-se impelido a proteger as pessoas que gosta".

"A liberdade de expressão em qualquer campo é extremamente importante. É compassivo, otimista e liberal, tem senso de humor e gosta de viajar".

"Você sente grande necessidade da beleza e harmonia no meio-ambiente, nas pessoas e nos objetos, porque sua sensibilidade é aguda e impetuosa. Poristo, você é pessoa romântica, algo indolente e tende a precipitar-se nos amores".

"Como prefere viver à vontade, não se preocupa muito com as convenções. Seu otimismo e forte intuição permitem que aproveite as boas oportunidades".

"Você luta pela liberdade e independência com muita vontade".

"Também prefere a liberdade de expressão e a sociedade democrática e aberta".

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Antes ele, agora ela.

A fase Caio Fernando Abreu passou e agora começou a imersão Clarice Linspector. Juro, eu estou en-can-ta-da por tudo que ela escreve! E quando me encanto, sai da frente: leio, releio, floreio. A quantidade de sublinhados nos livros dela que eu tenho é uma coisa bizarra e para todos eles eu teria algum comentário. Como ainda não me inspirei pra fazer um texto decente com essas reflexões, deixo aqui um aperitivo, só as palavras dela.

E fica a dica: Clarice.

"A lucidez perigosa

Estou sentindo uma clareza tão grande
que me anula como pessoa atual e comum:
é uma lucidez vazia, como explicar?
assim como um cálculo matemático perfeito
do qual, no entanto, não se precise.

Estou por assim dizer
vendo claramente o vazio.
E nem entendo aquilo que entendo:
pois estou infinitamente maior que eu mesma,
e não me alcanço.
Além do que:
que faço dessa lucidez?
Sei também que esta minha lucidez
pode-se tornar o inferno humano
- já me aconteceu antes."

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“Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles.
Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles.
Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração.
Como eles admiravam estarem juntos!
Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos."

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E por fim: “LIBERDADE É POUCO. O QUE EU DESEJO AINDA NÃO TEM NOME".

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Escalações

Na função da escalação do Dunga e de toda a polêmica que ela causou, entre Gansos e Grafitis, resolvi colocar aqui as minhas escalações. Nem pensem que tem alguma coisa a ver com futebol, são só algumas das listinhas de 10 mais que eu fico sempre elaborando quando não tenho muito o que fazer. Aff, e como é difícil!

Vale lembrar que elas não são permanentes, já que a minha cabeça é à la Raulzito: uma metarmofose ambulante! E vale lembrar também que ali não tem ordem de preferência, é tudo no mesmo nível.

Podem discordar a vontade, é bom para mostrar que para qualquer escolha de "seleção" há controvérsias...

Aí vai:

OS 10 + FILMES:

1 - Cidade de Deus
2 - Brilho eterno de uma mente sem lembranças.
3 - Dogville
4 - Crash - No Limite
5 - Closer
6 - De olhos bem fechados
7 - Match Point
8 - Bastardos Inglórios
9 - Kill Bill (1 e 2)
10 - Magnólia

OS 10 + EU QUERO:



1 - Cauã Reymond
2 - Rodrigo Santoro
3 - Josh Holloway
4 - Will Smith
5 - Jake Gyllenhaal
6 - Javier Bardem
7 - Clive Owen
8 - Patrick Dempsey
9 - Reynaldo Giannechini
10 - Brad Pitt

(Jamais esquecer: Fernandão, Jude Law e Ryan Phillip entrariam na lista fácil).

OS 10 + PROGRAMAS DE TV:


1 - Project Runway
2 - Marilia Gabriela Entrevista
3 - Friends
4 - Irritando Fernanda Young
5 - Sex and the city
6 - Saia Justa
7 - Bem amigos
8 - Caldeirão do Huck
9 - Manhattan Connection
10 - CQC

AS 10 + INVEJINHA BRANCA:



1 - Natalie Portman
2 - Scarlet Johansson
3 - Kate Moss
4 - Grazi Massafera
5 - Gisele Bundchen
6 - Kate Winslet
7 - Aline Moraes
8 - Camila Pitanga
9 - Adriana Lima
10 - Carol Trentini


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E quanto a lista do Dunga efetivamente, vale ler a crônica do Luis Fernando Veríssimo de hoje (link: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2905999.xml&template=3916.dwt&edition=14703§ion=70)

Certo ou errado, sei lá, mas com certeza disposto a encarar uma dividida!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Sobre casamento.

Os meus 25 estão chegando...aff, 25! Não estou em crise de idade nem nada, acho que essa já deu as caras para mim ano passado (tem até post aqui sobre isso). Mas de qualquer jeito, não tem muito como não ficar confabulando, nem que seja um pouquinho, sobre o futuro. Porque ele já não parece mais tão distante, aliás, ele tá logo ali na frente. "O que você vai ser quando crescer", "com quantos anos vai casar", "quantos filhos vai ter", já não são mais perguntas aleatórias, daquela época em que a gente acha que tem poder para decidir essas coisas. Quer ser atriz, casar cedo ou ter 3 filhos? Vai atrás, filha, tic-tac-tic-tac-tic-tac!

No meio dessas confabulações, principalmente nos neurônios fervilhantes da cabeça feminina, sempre está presente a idéia do casamento. Claro: 3 em cada 4 comédias românticas americanas mostram o casamento como o objetivo último de felicidade da mocinha. E 3 em cada 4 mocinhas com quem eu convivo acreditam nessa idéia. O que me preocupa, meus caros, é que eu não.

Explico: não é que eu não quero casar, é que eu simplesmente não vejo como uma festa no Plaza para 400 pessoas pode ser o meu final feliz. No auge do meu romantismo eu até imagino uma declaração de amor inesperada numa viagem como o meu final feliz, a descoberta de uma gravidez desejada, a decisão de morar juntos tendo a mais completa certeza de que isso é o certo a se fazer. Já o vestidão branco e o buquê na mão... hmmm, não me dizem muita coisa não! Encontrar alguém com quem eu tenha total sintonia eu quero, tomar chuva de arroz com ele... não sei. Amor sim, casamento não.

E quando eu digo que isso me preocupa eu estou sendo sincera. Porque eu acho tão mais fácil simplesmente ser tradicional às vezes. Conforme o tempo vai passando e eu vou vendo as pessoas tomarem os seus rumos, eu vou percebendo que certas gurias são - e sempre foram, é muito fácil perceber - "casadouras", por assim dizer. E essas gurias, eu digo com a mais absoluta certeza, VÃO se casar. Não sei se com o amor da vida delas, não sei se serão felizes, mas aquele "final" é um objetivo tão concreto na cabeça delas, que vai acontecer.

Já o tipo das não-casadouras, no qual eu me auto-insiro, é tão mais complicado... É o tipo que tem muitos objetivos além de uma vida a dois: tem os planos profissionais, viagens, tem uma vida pessoal e social bem feliz, mesmo estando sozinha. E isso não quer dizer que elas não queiram casar, todo mundo quer alguém, óbvio. Mas simplesmente precisam de muito mais para abrirem mão de tudo que querem conquistar. Aliás, precisam conciliar - e conciliar, meu bem, ah, conciliar não é nada fácil!

Aí eu, que sempre me orgulhei da minha independência, de gostar de ir no cinema sozinha às vezes, de não ver problema algum em simplesmente tacar meu carro e pegar a estrada, começo a pensar se isso não é um peso às vezes. Lendo a biografia da Simone de Beauvoir (livro que eu a-mo! #ficadica), noto que admiro demais pessoas que não seguem o estipulado, que trilham o seu próprio caminho(alguém quer saber a história de vida do cara certinho que paga todas as contas em dia, casou, tem filhos e come macarronada todo domingo? NOT!). O problema é que nas biografias dessas pessoas admiráveis acaba ficando evidente, também, que isso muitas vezes traz sofrimento. O Sartre dizia que "ser livre era assutador. A maioria das pessoas fugia da sua liberdade". E não é?

Sobre o casamento, diz Simone: "falo de amor de forma mística, sei o preço. Sou muito inteligente, muito exigente e muito engenhosa para alguém ser capaz de se encarregar completamente de mim. Ninguém me conhece nem me ama completamente. Só tenho a mim". E completa: "para mim, uma escolha nunca é final: está sempre sendo feita (...) O horror da escolha definitiva é que envolve não só o eu de hoje, mas também o de amanhã, razão pela qual fundamentalmente o casamento é imoral". Um bocado extremista, claro, mas não deixa de ter certa razão.

O engraçado é que ela fez sim a sua escolha defintiva: muito embora não tenham se casado e tenham tido diversos relacionamentos paralelos, Simone e Sartre ficaram juntos do início da juventude até a morte dele, após 51 anos de convivência e de um dos amores mais bonitos que já me descreveram. Eu não devo ser nada tradicional mesmo, pois acho que prefiro um amor verdadeiro e puro como o deles, ainda que entremeado por escândalos e casos paralelos, do que um casamento Doryana.

Eu sei, eu sei. Eu avisei que o meu caso era preocupante!


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E no extremo oposto dessa minha convicção, acabo de ser convidada para a festa de noivado (sim, eu disse NOIVADO - isso ainda existe!)da minha mãe! Admito que achei meigo e bonitinho.

terça-feira, 27 de abril de 2010

As melhores coisas do mundo: cinema e música

Lá vou eu ser repetitiva, mas whatever: adoro quando um filme brasileiro me surpreende positivamente! Eu já disse por aqui mais de uma vez que acho que, quando um filme brasileiro é bom mesmo, dá de dez em qualquer blockbuster americano que aparecer.

O adorado da vez foi "As melhores coisas do mundo", da diretora Lais Bodansky. Foi o nome da Lais, aliás, que me fez escolher esse filme dentre todas as opções disponíveis no cinema. Diretora do impactante "Bicho de sete cabeças" - filme sensacional e um dos responsáveis pela retomada do cinema nacional - e do sensível "Chega de saudade", ela já se tornou, para mim, uma referência, um nome à la Fernando Meirelles: basta o nome deles nos créditos para me fazer pegar a chave do carro e rumar para o cinema mais próximo.

Bom, ao filme: ADOLESCENTE. Mas não te assusta! Ele é, sem dúvidas, um filme adolescente, voltado para o público jovem e que retrata com perfeição a rotina, dúvidas e inquietações desta fase. Só que ele é tão delicado e tão real, que qualquer um sai dali se sentindo tocado - além de totalmente identificado. E eu digo "qualquer um" por experiência própria: meu pai foi ver comigo e, no auge dos seus cinquenta e poucos, adorou.

Eu acho que esse é um dos primeiros filmes voltado pra o público jovem brasileiro que é realmente bom. Isso foi, para mim, uma das suas grandes sacadas: quantos filmes adolescentes americanos nós já vimos, retratando a high school, as líderes de torcida, os jogadores de beisebol e toda aquela função americana que não tem NADA a ver com a gente? Não fossem os dilemas existenciais idênticos em qualquer parte do mundo, nao teríamos qualquer referência para gostar desses filmes. Acabamos gostando das histórias, mas nunca nos identificando com as situações. Já nesse, além da habilidade em contar a história, do realismo ao retratar os personagens e da sensibilidade marcante, não tem como não se ver na festinha de 15 anos, nas eleições para o Grêmio Estudantil, nas concentras pré-festa, nas conversas sobre a viagem para Porto Seguro e por aí vai. Não preciso nem dizer que eu incorporei todas aquelas referências e fui subitamente transportada para o inicinho dos anos 2000 e senti na pele todas as inquietações dos meus 15 anos! Muitas das quais, não pude deixar de perceber, persistem nos dias de hoje (pode isso?). É engraçado perceber como os pequenos problemas dessa época se tornam monstros na cabeça dos adolescentes. E mais, ver que tal "demonização" desses "pequenos" problemas não deixa de ter razão. Fase difícil essa! Difícil e boa, para dizer mais, inesquecível. Assim como o filme.

Então é isso, se eu te convenci te joga pro cinema, mas antes dá um conferes no trailer:



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No mais, estou curiosérrima para ver a tão falada Alice, menos pelo 3D, não tanto pela história e muito pelo Tim Burton! Acho que eu nunca saí insatisfeita de um filme dele, e com a recorrente dobradinha com o Johnny Deep então: tô dentro!

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E por fim, um pouquinho de Nietzche, em "Além do bem e do mal" para pensar:

"como conseguimos desde o princípio manter nossa ignorância, para gozar de uma quase inconcebível liberdade, imprevidência, despreocupação, impetuosidade, jovialidade na vida, para gozar a vida! (...) Chega a nos distorcer as palavras da boc, a nós, homens de saber: de quando em quando nos apercebemos, e rimos, de como justamente a melhor ciência procura nos prender do melhor modo a esse mundo simplificado, completamente artificail, fabricado, falsificado, e de como, involuntariamente ou não, ela ama o erro, porque, viva, ama a vida!".

Será mesmo a ignorância chave para a liberdade e impetuosidade? Será que a sabedoria e a compreensão do mundo leva consigo a jovialidade na vida? E se sim, o que escolher: compreender e se preocupar ou ignorar e desfrutar? Para mim, um dilema.

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SOM DO MOMENTO: THE BEAUTIFUL GIRLS

...Cause I got music,and it makes me feel alright.
Got this here music,and it helps me ease my mind up...


...pensamentos, teorias e devaneios...