sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Se...

Transições, transições. Quem disse que era fácil? Tem que ouvir Pato Fu e manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo, atender o Axl Rose quando me sussurra "woman, take it slow, and it'll work itself fine... all we need is just a little patience". Ler um pouco de Fernando Pessoa suplicando por qualquer música que tire da alma essa incerteza que quer qualquer impossível calma ou de Clarice Lispector, que menciona que a impaciência dela chega a ser tão grande que às vezes dói. Por fim, encontrar em um poeminha-quase-auto-ajuda de Kipling a tônica da minha sexta à noite. Voila:


Se...

Se és capaz de manter o senso e a calma
Quando os demais os perdem e dizem que os perdeste,

Se és capaz de confiar em ti quando de ti duvidem
E no entanto perdoares que duvidem,

Se és capaz de esperar sem perder a esperança
E de não caluniar os que te caluniem,

Se és capaz de, odiando, enternecer-te
E sem julgar que és sábio ou exemplo de bons,

Se és capaz de sonhar sem que o sonho te empolgue
E pensar sem que o pensar chegue ao vazio,

Se és capaz de passar por sucesso e fracasso
Sem muito distinguir entre os dois impostores,

Se és capaz de escutar o que afirmas de certo
Alterado por vis para enganar os tolos,

Se és capaz de ver perdido um alvo de tua vida
E seguir atrás dele com a força que sobrar,

Se és capaz de arriscar os teus haveres
Na audácia de um lance e sorrindo ao que ocorra,
E perder, e começar a batalhar de novo
Sem que ouça um suspiro quem esteja ao teu lado,

Se és capaz de exigir da carne combalida
Que prossiga avançando, ainda que aos tropeços,
E vá te sustentando quando já nada reste,
A não ser a vontade que te diz: continua,

Se és capaz de falar aos comuns e ser digno
Ou de andar com reis permanecendo o mesmo,

Se não pode desviar-te inimigo ou amigo
Nem se decepcione o que conte contigo,

Se podes preencher com uma tarefa certa
Os sessenta segundos de um minuto,

Se assim fores, meu filho, a Terra te pertence,
Tudo o que nela existe será teu,
Não receies que o tomem,
Porque acima da Terra, então, serás um homem.

(Rudyard Kipling)

domingo, 11 de setembro de 2011




Um domingo de sol, coroando o desenrolar das coisas. Um brinde ao que há por vir, outro ao que vem sendo conquistado. Ansiedade de lado, equilíbrio ampliado. Como diria Fernando Pessoa, "há metafísica bastante em não pensar em nada".

...pensamentos, teorias e devaneios...