sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Xô urucubaca!

Passei uns diazinhos brabos de angústia na última semana. E das piores angústias. Porque é ruim quando nos agoniamos por motivos corriqueiros, daqueles que nos atormentam dia sim, dia não, como um amor não correspondido, um pé na bunda, uns quilinhos a mais na balança, uma briguinha com a mãe ou uma irritação com uma amiga, mas sempre tem solução, a vida segue. O problema é quando a própria vida fica em suspenso. E aí? Como faz?

Eu me considero uma sortuda pela quantidade de gente que me cerca! Desde o meu nascimento já dizem que foi bagunça, confusão e griatria no hospital e assim seguiu a minha vida. Para se ter uma idéia, quando eu nasci eu tinha 1 tataravó, 2 bisavós, as 2 avós e os 2 avôs, mais uma penca de tios e tias. Meu pai e minha mãe resolveram se separar quando eu era bem novinha e logo logo adicionei padrasto e madrasta pro meu rol de parentes. Além disso, toda minha família sempre foi muito próxima, primos de segundo grau são como primos-irmãos, o que acaba fazendo com que se torne mais gente ainda na volta. De qualquer forma, considero que tive três (grandes) homens responsáveis pela minha criação e que sempre foram (e sempre vão ser) minhas referências: meu pai, que é além de tudo meu grande amigo e parceiro, meu vô Telmo, minha paixão e a personalidade mais querida que eu já conheci, e o Tio Nico, que casou com a minha mãe quando eu era uma pitoca e juntos ficaram pelos vinte anos seguintes.

Pois bem, nesse findi meu vô e o Tio Nico foram parar no hospital e não estavam muito bem não. Pois é, amigos, com o perdão da palavra: putaqueopariu! Não sei nem descrever o cansaço psicológico que foi. Porque nessas horas a nossa vida inteira começa a passar pela cabeça, bate uma nostalgia desgraçada, mais um medo terrível do futuro e, somado a tudo isso, tem aquele climinha de hospital, que não levanta nem o astral da Poliana!

Era engraçado que quanto mais angustiada, mais vontade eu tinha de escrever sobre, mas eu simplesmente não conseguia! Era só pensar no que escreveria e na segunda palavra uma lágrima safada já tava escorrendo do meu olho. Só agora, que a poeira baixou, tudo melhorou, meu vô já está pedindo sorvete e o Tio Nico conversando feliz da vida que eu consegui escrever (um pouquinho) sobre essa função toda. Não, é claro, sem a insistente lagrimazinha nos olhos - ela está sempre presente - mas pelo menos agora com um belo sorriso no rosto!

Xô urucubaca!

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