segunda-feira, 26 de outubro de 2009

1, 2, testando...

Fui assaltada. Roubaram minha senha do e-mail que eu usava pra acessar o blog e o orkut. Só não foi um latrocínio virtual porque eu mantive e-mail pessoal, twitter e facebook (ainda que este eu quase não use). Assim, como eu andei sem muita vontade de me expressar, passei uns vários dias em silêncio, com surtos eventuais de 140 caracteres.
Agora resolvi voltar. Fiquei com saudade. E nos meus dias em frente ao computador fui tecendo umas teses absolutamente inúteis, mas se o caro leitor está aqui atrás de algum nobre propósito, sinto dizer que veio ao lugar errado.
Não sigo muita gente no twitter. São 158 perseguidos, pra ser mais exata. Se sigo alguém que não costuma se manifestar, é provável que eu continue seguindo essa pessoa indefinidamente. Se sigo alguém que escreve idiotices que me fazem rir, seguirei... seguindo, e quando a identificação for profunda, hei de retuitar. Sigo quem me mantém informada: sobre as notícias do mundo, do país, da cidade; sobre as fofocas e baixarias dos chiques& famosos; sobre gastronomia, moda, música. Sigo mal-humorados espirituosos, bêbados convictos, versos do Chico, uma chef apaixonada, e completos desconhecidos, que pra estarem ali devem ser no mínimo engraçados, porque o fim último do twitter é diversão, pelo menos pra mim. Sigo amigos também, claro. Lógico que além de serem meus amigos, são pessoas interessantíssimas que sempre têm algo a dizer, ainda que na maioria das vezes não passe de imbecilidades. Imbecilidades hilárias, portanto absolutamente dentro do meu padrão de exigência.
Se ganho um seguidor, vou ver quem é. Posso fazer isso, pois não sou nenhum fenômeno de popularidade, como o Bonner, e tenho bastante tempo livre. Se a pessoa nem fala a minha língua, desconfio, já que eu só tuíto em português. Se é propaganda, paciência, pode me seguir, mas eu prefiro tirar proveito da assimetria dessa rede social. Se eu me deparo com um tweet divertido, sigo de volta.
Às vezes acontece de uma dessas criaturas que aparecem fortuitamente na minha timeline desandarem a escrever monguices. Monguices sem a mínima graça. Como que tomadas por uma compulsão, tuítam diarreicamente e torram o meu saquinho. Espero um pouco pra ver se o surto
passa, mas se o ritmo continua frenético e vazio, des-sigo. E acho engraçadíssimo quando a pinta se ressente e me des-segue de volta. Tipo: "ah é, é? Tu vai ver!". Chega a ser uma homenagem, porque aquele ser, afinal de contas, tá seguindo meu exemplo, livrando-se do entulho. Exceto pelo fato de que eu não faço questão de ser onipresente nas timelines alheias, mas anyway...
Esses mesmos tipos adoram falar da "massa de tapados" que mina a internet, da qual eles estão vertiginosamente acima. Hoje mesmo dei um unfollow em um que postou uma entrevista completamente retardada, com dizeres do tipo: "bom saber que existem pessoas acima do nível geral de babaquice da humanidade", ou alguma coisa assim... Ah, vai tomar banho...
Sem contar o poeta que posta versos insípidos, inodoros e indolores achando que ousa, choca, quebra paradigmas ou coisa que o valha. Parece que vai lançar um livro de tuitadas, agora na Feira do Livro. Qual é o sentido de se fazer um livro baseado no twitter, oh céus?!
Eu adoro o twitter. Continuo seguindo quem tem alguma coisa a dizer, especialmente aqueles que não se levam a sério. Mas, retuitando a Cora Rónai decidi: não tenho paciência com quem eu não tenho paciência.

Um comentário:

divão disse...

Estava eu curiosamente sendo curioso e encontrei seu blog, e como um bom curioso, li...
fiquei sensibilizado por terem roubado a senha, mas impressionado com seu empenho em acompanhar as pessoas no twitter. Eu ainda não consegui entender o twitter. Mas acho que é questão de tempo.

Ótima didadica sua, eu que não sou bom em interpretar textos, consegui assimilar bem o que quis dizer.

Saudações.

...pensamentos, teorias e devaneios...