sexta-feira, 27 de novembro de 2009

No teu deserto

Manias.Parece que, ao mesmo tempo em que vamos somando anos à idade, vamos juntando manias ao rol das que já possuimos. Minhas amigas sabem do meu pavor a copo cheio, por exemplo. Ele indiscutivelmente foi se agravando ao longo dos anos, a ponto de hoje em dia correr sério risco físico qualquer um que encha meu copo até a borda.A mania de sublinhar toda e qualquer frase interessante do livro que eu estou lendo é outra que foi se aprofundando, a ponto de atualmente eu me chatear quando estou lendo livro emprestado - que eu não posso riscar - ou quando não tenho uma caneta por perto. O bom dessa última mania é que, ao passar os olhos novamente pelos livros lidos, pesco imediatamente as coisas que me chamaram atenção, às vezes me lembrando exatamente a fase da vida que eu vivia na época da leitura, como me sentia, ou o porquê de eu ter gostado daquilo que sublinhei.

Em uma dessas vezes em que dei uma segunda passada de olhos por livros já lidos, me deparei com frases que novamente me tocaram, de um livro não menos sensacional. "No teu deserto", do português Miguel Sousa Tavares é sensível, delicado, pungente.Em pouco mais de 100 folhas o autor conseguiu contar uma história e demonstrar um sentimento profundo. Fica a dica e ficam, junto, algumas das frases do livro:

"Mesmo a desordem necessita de uma ordem que lhe dê um sentido para que não seja apenas leviandade".

"A alturas em que a beleza é tão devastadora que magoa".

"A terra pertence ao dono, mas a paisagem pertence a quem a sabe olhar".

"A coisa mais bonita e mais difícil de partilhar entre duas pessoas é o silêncio".

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