segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

2010


Comecei 2010 enjoada de Coca Light e sem muita vontade de comer uva. Só isso já era razão para eu começar a me questionar, e para quem me conhece, pensar seriamente se era caso de me internar. Um pouquinho antes de adentrar o novo ano, decidi trocar a loucurada usual com as amigas em Santa por um agradável e há tempos não compartilhado festejo em família, no singelo litoral gaúcho. Eram quase duas da madrugada quando eu me dei conta que estava de pijamas, tomando chá e conversando com minha vó, ao invés de estar no auge da alcoolização com qualquer pessoa que compartilhasse do meu estado e entendesse a minha língua enrolada, como de praxe acontece naquela data. Hospício para mim, devem pensar, fato. Já usei muita calcinha vermelha e rosa nas minhas viradas de ano, pedindo paixão e amor. Algumas vezes usei amarela, tentando fazer rolar um up grade na minha conta bancária. Esse ano, para espanto geral, tasquei uma simples calcinha branca para pedir, pasmem... paz. Pura e simples, três letrinhas, p-a-z. Tudo que eu quero nesse ano que se inicia é paz – e que ela se encarregue de trazer o resto (ou de me conformar por não tê-lo). Conforme os dias do ano novo foram passando, fui notando a minha introspecção, vontade de ler muito, muita fome de informação e pouca disposição para exageros em geral. Sede de tranqüilidade, mar, sombra e água fresca – e por água, pode se entender uma cervejinha também, que ninguém é de ferro. Se 2009 foi ano de pique total – e foi sen-sas-cio-nal – em 2010, sem planejar e nem saber porque, eu reduzi a marcha, e ando numa tranqüilidade gostosa, que eu não consigo prever quando vai passar. Vai passar, não tenho dúvidas, é o velho lance das fases que eu tanto comento. Mas enquanto isso eu vou aproveitando para pôr a minha leitura em dia, a minha saúde em pé e a minha mente em sintonia. Como diria o meu pai, parafraseando algum cantor que eu não lembro bem agora:

“Tudo é uma questão de manter
A mente certa
A espinha ereta
E o coração tranqüilo”


É isso que eu desejo para mim em 2010. Não se preocupem, acho que ainda não é caso de internação.

Um comentário:

Anônimo disse...

Luluk, tudo é uma questão de manter, 'a mente certa, a espinha ereta e o coração tranquilo', creio que é do Pepeu Gomes, pelo menos é quem canta. É mesmo um belo resumo de condição pessoal. Valeu, tá mt lindo. Delicado e pungente. Tem sentimento e objetividade. Tem ritmo. Um bom híbrido. Ótimo. Bjs. Papis.

...pensamentos, teorias e devaneios...