domingo, 20 de julho de 2008

- A casa do lago-



Quando eu vi o trailer do filme "A casa do lago" não me deu muita vontade de ver... achei que deveria ser meio viajandão, fantástico demais, enfim, que eu não ia gostar. Mas fui ouvindo um comentário aqui, outro acolá e resolvi conferir.

Gostei muito. É uma história de amor linda, linda, linda!!! Aqueles que acham que tudo nos filmes deve ser muito bem explicado, que nunca pode deixar questionamentos, perguntas sem repostas, provavelmente não vão gostar. Mas é só assistí-lo com um mínimo de boa vontade, não se prender ao que é ou não plausível e se deixar levar pela história, para descobrir um grande filme.

Uma das coisas mais legais nele, na minha opinião - eu já tinha lido em uma crônica de um amigo meu e concordei plenamente - é o que fica nas entrelinhas: a relevância do tempo quando o assunto é amor. Eu sempre penso sobre isso, nem tenho opinião muito formada, mas gosto de divagar...

Uma vez eu li uma crônica da Martha Medeiros sobre a idade em que as pessoas casam. Ela dizia que se fizerem uma pesquisa, provavelmente vão concluir que em média 70% dos casamentos os noivos têm entre 25 e 35 anos. É a idade ideal, em que já há uma certa maturidade, mas ainda juventude para se construir uma vida a dois, filhos, casa na praia, conta conjunta. Não seria isso um balde de água fria naqueles que acreditam em cara-metade, em achar a pessoa certa para casar??? Explico: não parece meio improvável que a maioria das pessoas encontrem seu verdadeiro amor justamente na idade perfeita para o casamento? É meio difícil que, entre todas as pessoas do mundo, o nosso "grande amor" apareça exatamente na idade em que ele TEM que aparecer.

Provavelmente o que acontece é que vários outros fatores, além do tão buscado amor, contam - e muito! - na hora de decidir se casar: afinidade, situação financeira, vontade da família, objetivos comuns. Porque o amor, amor verdadeiro, se existe, pode aparecer aos 11, 51, 85. E o que acontece com aqueles que o encontram nessas idades???? Não parece difícil que esperem para casar, ou que larguem uma vida já construída??? Será que o garotinho de 13 anos não vai pensar "calma, tu ainda tem muito a viver, muita gente a conhecer..."? Não parece plausível que a senhora de 59 pense "deixa de ser maluca, não existe a possibilidade de largar a família e uma vida estabilizada para viver essa loucura..."??? Assim, não acaba parecendo o amor mais uma questão de SORTE? De estar no lugar certo, na hora certa??? Não se mostra o TEMPO fator fundamental para se dar bem nesse quesito???

Opinião parecida dá Miranda, em algum episódio do Sex and the City. Ela diz que homens são que nem táxis, que andam com a luz acesa (quando está ocupado) ou apagada (se está vago). Vai da sorte de cada uma encontrar um táxi vago - ainda mais em Nova York - a perder tempo chamando os ocupados. Ceticismo à parte, de repente é mais ou menos por aí.

A gente pode encontrar alguém com quem nos daríamos incrivelmente bem enquanto namoramos outro alguém, que no momento parece ótimo, mas na realidade não tem nada a ver. Ou quando essa pessoa está encasquetada por outra e não nos olha com "aqueles olhos". Ou então quando já estamos casadas, em um casamento aparentemente perfeito. Ou durante uma viagem para a Turquia, quando tudo que se quer é conhecer o lugar e romance é a última coisa em que se pensa. Quanta gente já falou que conhecia alguém há um tempão e que, de repente, deu um "clic": "hmmmm, ele até que pode ser interessante...". Mas e se esse "clic" não vier, ou vier tarde demais, ou vier em "timings" diferentes???.

É mais ou menos essa a moral do filme. O que será que prevalece, o tempo ou o amor? Será que adianta amar muito quando não se está no mesmo "tempo", na mesma "sintonia"? O amor espera e prevalece sobre qualquer dificuldade que o tempo impor???????

Bom, o filme dá a sua resposta, mas acreditar ou não vai do grau de romantismo de cada um. Eu não me acho das mais românticas, me acho meio que realista demais e sonhadora de menos, mas no fundo, lá no fundinho eu fico torcendo que a resposta seja SIM, SIM, SIM!!!! Ia ser tudo tãão mais fácil...

Um comentário:

Anônimo disse...

oi!

Tb vi o filme, e juro que fiz a mesma conexão com a crônica da Martha.
E no fundo é isso mesmo... casamentos são fruto de relações equilibradas... nem sempre de amor.

Objetivos em comum, valores familiares, pressão da sociedade..

A gente aprende a amar, por conveniencia.

Mas o que é o amor, se não a vontade de estar junto, de partilhar histórias e objetivos, o orgulho de te-la(o) ao seu lado, e tudo mais?

Acredito que este é o segredo de casamentos felizes... transformar o prático, o conveniente, em amável. Amar o cotidiano.

Sei que era pra ser um comentário,e virou um quase texto. Mas me empolguei com teu ótimo texto lu.
Parabéns.

Beijos

...pensamentos, teorias e devaneios...