quinta-feira, 13 de novembro de 2008

romantismo x pragmatismo

Numa dessas minhas fases “leitora voraz”, que vão e vem de época em época, me deparei com um livro que me surpreendeu: O animal agonizante, do Philip Roth. Super recomendação de amigos, é um livrinho fininho, mas que me passou um bocado de sensações. É basicamente o relato de um tiozão, com seus sessenta anos e personalidade bem peculiar. Por sinal, me lembrou muito “A casa dos budas ditosos”, do João Ubaldo Ribeiro, mais erótico, mas também ótimo.

Mas enfim, tem inúmeras passagens do livro que eu queria comentar, diversas falas do tiozinho que eu queria palpitar sobre, mas vou deixar isso para outra hora, por enquanto vou para outro lado.

Ao tentar fazer a lista dos meus dez filmes preferidos, um dos primeiros que eu lembro é Closer, sempre. Nossa, eu sou a-l-u-c-i-n-a-d-a por este filme. Desde a cena inicial, da Natalie Portman com a trilha do Damien Rice, até a cena final, da Natalie Portman com a trilha do Damien Rice (nunca vi uma música tão bem empregada em um filme, por isso ficou ótima empregada duas vezes!), o filme TODO merece comentários. E assim como o livro do Philip Roth, eu teria inúmeras cenas para palpitar sobre por aqui, o que não farei agora também.

Na real eu falei dos dois para chegar onde eu queria: apesar de eu ter adorado os dois, eu percebi que tenho que tomar cuidado com esse tipo de filme ou livro por uma simples razão – que deve ser a razão pela qual eu gosto tanto deles: em relação a relacionamentos, eles são EXTREMAMENTE realistas, pragmáticos, objetivos. Sendo eu também demasiado assim, tenho que cuidar para não jogar o que me resta de romantismo pela janela.

No Closer, vemos que relacionamentos não são perfeitos, que a verdade nem sempre é a melhor saída, que muitas vezes só gostar não adianta, que sexo faz sim diferença (mas também não é tudo), que nem todos são o que parecem ser, mesmo após anos de convivência. Enfim, que não há receita, que a expressão “pessoa certa” é muito relativa e principalmente: que, na maioria das vezes, não gostamos da pessoa pelo que ela realmente é, mas pela personalidade que nós mesmos atribuímos a ela, pelo que decidimos que ela é. Essa eu acho uma verdade incontestável, acontece sempre, com todos.

O livro também vai por aí, mas em um sentido mais prático: o personagem é completamente contra o casamento, que acredita ser uma instituição fadada ao insucesso e dá inúmeros exemplos neste aspecto.

Portanto, eu, que já acredito em muito disso (apesar de não ser tão rigorosa em relação ao casamento), acabo aumentando o meu rol de teorias a respeito e diminuindo drasticamente as minhas concepções mais românticas. É claro que quando eu estou apaixonadaça eu esqueço tudo isso e acho que vai ser para sempre, que ultrapassaremos todas as barreiras e blábláblá, mas no meu estado normal, cada vez diminui meu romantismo - e isso não é bom. Porque, no fundo, eu admiro muito os românticos e sonhadores...

Acho que to precisando alugar Titanic e dar uma lida em Polyana...

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