terça-feira, 7 de abril de 2009




Eu estou desde sábado querendo falar do Inter por essas bandas. Só que o fim de semana foi passando e acabou que eu não consegui parar para escrever. O farei agora. Fica a ressalva que, muito embora os outros integrantes deste blog sejam torcedores do time rival, me permiti escrever em razão do enfoque comemorativo (e não tirador de onda) da ocasião. Depois eles escrevem sobre o time deles se quiserem.




Sábado eu acordei especialmente colorada, com a paixão pelo meu time à flor da pele, latente. Deve ter sido essa função toda de centenário, mil retrospectivas passando, depoimentos de jogadores e de torcedores, declarações mil. Nem bem tinha saído da cama e coloquei na TV COM, onde passava ao vivo a marcha do centenário. Que coisa linda ver aquele multidão de vermelho tomando conta da Borges pura e simplesmente para prestar uma homenagem! Esse tipo de coisa a gente só vê acontecer quando se conquista um título importante, mas nunca assim, sem ter havido qualquer jogo, com o único objetivo de transmitir uma mensagem: “parabéns, colorado”.

Depois fui correr pela cidade e fui ficando cada vez mais emocionada: a galera incorporou mesmo o ritmo comemorativo e pipocavam bandeiras do Inter em janelas e sacadas diversas, camisetas coloradas vestiam os mais diversos tipos de pessoas, carros passavam buzinando, ouvia-se foguetes comemorativos a todo momento. Cheguei a passar por uns dois lugares enfeitados com balões vermelho e branco e uma coloradagem uniformizada reunida, fazendo churrasco, estourando foguete e comemorando o aniversário do time de coração. Desculpem, mas esse tipo de coisa eu nunca vi acontecer em outros times.

A minha história com o Inter é longa, desde que eu me conheço por gente. A minha família inteira é colorada, vários fazem ou já fizeram parte do conselho ou da direção. Meu pai me leva no Beira-Rio desde muito pequena, eu não tenho a mínima idéia de quando foi o primeiro jogo que eu fui. Isso porque desde quando eu consigo me lembrar eu já tinha intimidade com aquele lugar, já era algo normal para mim, corriqueiro. Diz meu pai que, bem pequeninha, ele me levava no estádio e enquanto ele ficava olhando o jogo eu ficava olhando pra ele. Fico imaginando a cena, que amor...

Já no colégio e um pouco mais independente, tive uma baita sorte: duas das minhas melhores amigas eram coloradas e BEM coloradas. Coloradas de ir em jogo, em uma época em que não era tão normal mulheres no estádio e menos normal ainda mulheres daquela idade no estádio do Inter, já que o time passava por uma frase complicada e maioria das crianças / pré-adolescentes (ainda mais mulheres!) estavam virando a casaca. Assim, além do meu pai, eu já tinha companheiras para ir no jogo, comentar de igual para igual, se divertir com as besteiras da idade. Acho que assim fui consolidando a minha “personalidade colorada”, formada graças ao meu pai e a família em geral e solidificada graças à Laura e a Rafa, essa última companheira-mor de jogos do Inter até hoje!

Foram anos acompanhando apaixonadamente um time meio trôpego, que passava por uma fase bem complicada em que o título máximo ganho era sempre o do Gauchão. Eu não me lembro direito da Copa do Brasil de 92, então dos meus sete aos vinte eu realmente só vi o Inter ganhar Gauchão. Ao mesmo tempo o Grêmio, maior rival, estava em uma baita fase, ganhava um bocado de coisa: Libertadores, brasileiro, Copa do Brasil. Era duro ser colorada. Na minha turma do colégio devia ter, no máximo, eu e mais três. Guris, então, era quase impossível, eu só lembro de um colorado na minha turma do Província! Mas eu me lembro que cada vez que eu ia no Beira-Rio, que eu via aquele estádio lotado - independente da fase do time - aquela torcida gritando, empurrando, voltava ainda mais colorada.

E aí, depois de anos de sofrimento, veio o século XXI. Veio Fernando Carvalho. E com ele veio o planejamento. E aí vieram Tinga, Fernandão, Sóbis, Índio, Edinho, Alex, Pato, Nilmar, Fabiano Eller. Até o Gabiru veio. E aí vi meu time ganhar tudo: Libertadores, Mundial, Recopa, Sul-Americana. Eu lembro que eu ficava puta de ver aquela mulherada no estádio, se achando mega colorada, sem, no entanto, ter acompanhado o time nas fases ruins. Depois eu percebi que não importa, quanto mais gente melhor, mais colorados no futuro.

Mas eu tenho consciência de que eu tava ali antes, de que eu vivi inúmeras coisas com o meu time até ver ele no topo. E isso torna a vitória muito mais preciosa. Eu me sentia parte daquela história, me sentia merecedora de ver aquilo. E esta sensação é indescritível.

Agora o Inter completa 100 anos e eu quero parabenizar. Mas, acima de tudo, eu preciso agradecer: obrigada por fazer parte da minha vida, Inter. Eu não seria a mesma Luiza sem ti.

"Inter
Estaremos contigo
Tu és minha paixão
Não importa o que digam
Sempre levarei comigo
A camisa vermelha,
A cachaça na mão,
O gigante te espera
Para começar a festa..."


3 comentários:

Junior disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Junior disse...

assim eu choro!!

Dalhe Colorado!

Unknown disse...

"Eu lembro que eu ficava puta de ver aquela mulherada no estádio, se achando mega ,colorada sem, no entanto, ter acompanhado o time nas fases ruins."
hehehehehe Estava junto ouvindo essas reclamações. Mas não importa mesmo, ter passado por tudo aquilo só fez a nossa festa ser maior. =)

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