terça-feira, 1 de setembro de 2009

speakeasy

Hoje de manhã, enquanto tomava um café na faculdade, folheei uma revista velha (em se tratando de revistas semanais) e encontrei uma matéria que por pouco não me fez mandar a aula às favas. Falava sobre o movimento speakeasy, onda gastronômica que começou nos EUA e começa a dar pinta por terras tupiniquins. É uma bossa de "restaurantes underground", clandestinos, restritos e intimistas, sem alvará e com muito charme. O nome do movimento, by the way, se deve às casas que vendiam álcool na terra do Tio Sam na época da lei seca: se quisesse descolar um goró, o negócio era speak easy, falar baixinho, na manha, pra não dar bandeira...
Mas não se engane com os estabelecimentos fora-da-lei: não falo de lugares sujos, tampouco de chefs sonegadores, e menos ainda de cenários para reunião de quadrilhas ou rendez-vous. A idéia, na verdade, é bem simples: uma pessoa comum, dada a receber - bem - outras pessoas, e preferencialmente com mão boa pra cozinha, abre sua casa e ali oferece jantares a grupos pequenos. Grupos estes formados por gente que anda meio sem paciência pra reservar mesas nos ambientes sofisticados dos restaurantes, onde serão atendidos por garçons polidos que não vêem a hora de o último cliente pedir a conta (astronômica, via de regra). Pessoas interessadas em comer bem em uma atmosfera mais relaxada, menos impessoal, com cara de casa mesmo, sabe?
Então, o anfitrião cuida da ambiance, bola o menu, e define como seus convidados serão avisados (twitter, blog, e-mail, telefone). Esgotada a lotação da mesa de jantar e do sofá da sala, o povo vai chegando e fica por ali, à vontade, interagindo, bebendo vinho... A música segue o ritmo (agorinha a Billie Holiday tá me inspirando de uma maneira... e isso que eu acabo de sair da cozinha depois de 7 horas de trabalho intenso), e logo todos degustam o jantar (que pode ser almoço, brunch, drunch, café-da-manhã, qualquer hora é hora). A essas alturas o povo já se conheceu: trocam impressões sobre a comida, sugerem uma trilha sonora, começam a perguntar quando será a próxima...
Li a matéria e já comecei a bolar noites de speakeasy aqui em casa, misturando gente, testando receitas e me divertindo ainda mais do que de hábito atrás do fogão! Passei toda a aula de Consumidor pensando em como atrair glutões transgressores e fiquei até agora com isso na cabeça... quem sabe?

Um comentário:

Luiza disse...

Eu quero ser a glutona transguessora nº 1!!!

...pensamentos, teorias e devaneios...