segunda-feira, 22 de março de 2010

QUERO (um poema outonal)

Quero um tapete de plátanos,
Quero laranja, marrom e vermelho.

Quero o céu limpo e o ar seco,
Quero o azul impressionista.

Quero cores quentes embaixo,
E as frias em cima.

Há folhas que caem cedo, logo em março,
Há as que demoram mais e perduram até junho,
algumas chegam a julho, pobres.

Quero que o que está velho caia logo para não sofrer,
Mesmo achando lindo que ainda esteja vivo,
Não quero o egoísmo da posse.

Quero que se deitem,
Enfeitem nossas vidas
E nos encham de nostalgias.

Quero que sejam iluminados pela luz do Sol de outono.
Quero que descansem do verão e se preparem para o inverno.
Quero que abram espaço para as novas folhas.

Mas quero, também, que sempre estejam presentes.

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