quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Amor ao bom velhinho

Querido Papai Noel, acho que já conversamos muitas vezes sobre a gente. No fim eu fico sempre com medo de ter falado mais de mim do que ter te ouvido. Imagino como tu possas te sentir, mas às vezes é inevitável. De qualquer forma, acho que conseguimos falar de ações e sentimentos pessoais e, no fim, nos reconhecemos. Nós nos reconquistamos nesse ano que passou! Desculpa a minha insegurança e as mentiras. Eu errei principalmente porque naquela conversa que tivemos no início do ano no bar do Alaska eu prometi que nunca mais mentiria pra ti. Mas é impossível. A mentira é para o cérebro o que a fumaça do cigarro é para os pulmões: um falso bem estar.

Quero que entendas que estou arrependido e que faço isso porque tudo é muito difícil para mim. A minha cabeça a o meu coração estão uma pilha. Mas estou conseguindo parar com as mentiras. As troquei pelo cigarro e pelo uísque. Espero que o senhor entenda que é preciso ter uma compensação. Sábado passado, porém, aconteceu algo inusitado. Senti meu peito apertado a minha cabeça inquieta. Era início da tarde e nem as drogas conseguiram me tirar aquela sensação horrível. Deve ter sido Deus, nosso senhor, que me mandou o telefonema da Verdadeira Luz, minha tia. Fui pra casa dela e passei a tarde toda lá. Contei tudo a ela. Eu precisava e me fez tão bem. Precisava de um abraço materno e de um colo pra banhar de lágrimas.

A coisa mais importante que aconteceu na casa dela foi eu me dar conta de que, independente de qualquer coisa que possa acontecer comigo ou contigo, independente de qualquer escolha nossa, eu não quero te perder de novo. Estou fraco e só preciso saber que tu estás aqui, do meu ladinho. Não me abandona de novo e nem me trata daquela forma distante. Não quero reviver 2005. Quero o belo... ao teu lado. Lembra dos pedidos dentro da bota? No meu dizia BELEZA.

Nunca vou me esquecer da festa de aniversário da tia Afrodite, onde a vizinha Pobreza seduziu e embebedou o tio Recurso que estava na sua, observando tudo. Eles acabaram ficando juntos e no fim da noite transaram e tiveram um filho: Eros, o Amor. Um lindo menino. Depois daquela festa vi que tudo na minha vida tinha mudado. O amor não é apenas da riqueza, mas, sim, da humilhação, do barraco.

"Dei pra mal dizer o nosso lar, pra sujar teu nome,te humilhar e me vingar a qualquer preço. Te amando pelo avesso."

Hoje sei que nosso amor é verdadeiro, tenha ele puxado mais a vizinha ou o tio. Não importa.

Beijo.
Hípias.

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