terça-feira, 27 de abril de 2010

As melhores coisas do mundo: cinema e música

Lá vou eu ser repetitiva, mas whatever: adoro quando um filme brasileiro me surpreende positivamente! Eu já disse por aqui mais de uma vez que acho que, quando um filme brasileiro é bom mesmo, dá de dez em qualquer blockbuster americano que aparecer.

O adorado da vez foi "As melhores coisas do mundo", da diretora Lais Bodansky. Foi o nome da Lais, aliás, que me fez escolher esse filme dentre todas as opções disponíveis no cinema. Diretora do impactante "Bicho de sete cabeças" - filme sensacional e um dos responsáveis pela retomada do cinema nacional - e do sensível "Chega de saudade", ela já se tornou, para mim, uma referência, um nome à la Fernando Meirelles: basta o nome deles nos créditos para me fazer pegar a chave do carro e rumar para o cinema mais próximo.

Bom, ao filme: ADOLESCENTE. Mas não te assusta! Ele é, sem dúvidas, um filme adolescente, voltado para o público jovem e que retrata com perfeição a rotina, dúvidas e inquietações desta fase. Só que ele é tão delicado e tão real, que qualquer um sai dali se sentindo tocado - além de totalmente identificado. E eu digo "qualquer um" por experiência própria: meu pai foi ver comigo e, no auge dos seus cinquenta e poucos, adorou.

Eu acho que esse é um dos primeiros filmes voltado pra o público jovem brasileiro que é realmente bom. Isso foi, para mim, uma das suas grandes sacadas: quantos filmes adolescentes americanos nós já vimos, retratando a high school, as líderes de torcida, os jogadores de beisebol e toda aquela função americana que não tem NADA a ver com a gente? Não fossem os dilemas existenciais idênticos em qualquer parte do mundo, nao teríamos qualquer referência para gostar desses filmes. Acabamos gostando das histórias, mas nunca nos identificando com as situações. Já nesse, além da habilidade em contar a história, do realismo ao retratar os personagens e da sensibilidade marcante, não tem como não se ver na festinha de 15 anos, nas eleições para o Grêmio Estudantil, nas concentras pré-festa, nas conversas sobre a viagem para Porto Seguro e por aí vai. Não preciso nem dizer que eu incorporei todas aquelas referências e fui subitamente transportada para o inicinho dos anos 2000 e senti na pele todas as inquietações dos meus 15 anos! Muitas das quais, não pude deixar de perceber, persistem nos dias de hoje (pode isso?). É engraçado perceber como os pequenos problemas dessa época se tornam monstros na cabeça dos adolescentes. E mais, ver que tal "demonização" desses "pequenos" problemas não deixa de ter razão. Fase difícil essa! Difícil e boa, para dizer mais, inesquecível. Assim como o filme.

Então é isso, se eu te convenci te joga pro cinema, mas antes dá um conferes no trailer:



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No mais, estou curiosérrima para ver a tão falada Alice, menos pelo 3D, não tanto pela história e muito pelo Tim Burton! Acho que eu nunca saí insatisfeita de um filme dele, e com a recorrente dobradinha com o Johnny Deep então: tô dentro!

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E por fim, um pouquinho de Nietzche, em "Além do bem e do mal" para pensar:

"como conseguimos desde o princípio manter nossa ignorância, para gozar de uma quase inconcebível liberdade, imprevidência, despreocupação, impetuosidade, jovialidade na vida, para gozar a vida! (...) Chega a nos distorcer as palavras da boc, a nós, homens de saber: de quando em quando nos apercebemos, e rimos, de como justamente a melhor ciência procura nos prender do melhor modo a esse mundo simplificado, completamente artificail, fabricado, falsificado, e de como, involuntariamente ou não, ela ama o erro, porque, viva, ama a vida!".

Será mesmo a ignorância chave para a liberdade e impetuosidade? Será que a sabedoria e a compreensão do mundo leva consigo a jovialidade na vida? E se sim, o que escolher: compreender e se preocupar ou ignorar e desfrutar? Para mim, um dilema.

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SOM DO MOMENTO: THE BEAUTIFUL GIRLS

...Cause I got music,and it makes me feel alright.
Got this here music,and it helps me ease my mind up...


Um comentário:

Fábio papi disse...

Belo comentário filhota, falei ainda q achei importante q não há nada estigmatizado nem artificial no filme e isto o torna mais sensível e absolut real yes? So, ótimo filme qdo mexe com algo q em ti pode significar identificação e em mim pureza pura. Muito legal. Mas o imperdível é mesmo 'O segredo dos seus olhos.' Categoria dos 10 mais, para mim com certeza. Inteligentemente castelhano, ótimo. Não perca. Bj papi!

...pensamentos, teorias e devaneios...