sexta-feira, 27 de abril de 2007

Além do que vemos...




Dentre todos os meus interesses, fico até um pouco envergonhada de admitir, a ARTE nunca ocupou um lugar de destaque. Acredito que seja falta de uma sensibilidade específica para admirar, um certo feeling para a coisa, algo raro e difícil de existir em alguém ansiosa e estabanada como eu. Eu sou mais objetiva, gosto de textos, de argumentos, de opiniões. Mas nem por isso deixo de admirar, da minha maneira, aquelas peças que me chamam atenção, que parecem ser algo mais do que uma simples figura, que nos sussuram uma mensagem além do que nossos olhos podem traduzir. Foi isso que vi em algumas fotografias que achei num site bem legal(pra quem quiser conferir: www.1000imagens.com), algumas das quais eu ponho aqui, para admiração geral. Volto a afirmar: eu sou leiga no assunto, se está aqui é porque me tocou de alguma forma!

Obs: Que só se formem imagens lindas no fim-de-semana de todos vocês!

terça-feira, 24 de abril de 2007

TURBILHÃO

Trabalho, faculdade, família, amigos...muitas ocupações, pouco tempo, zero postagens por estas bandas cibernéticas. Agora que me dei um tempo para escrever aqui as idéias fervilham na minha cabeça. Do que falar, se são tantos os assuntos que me fazem refletir, que geram dúvidas, que clamam por uma opinião? A imprensa cospe informações para cima da gente todos os dias, os acontecimentos se sucedem na nossa vida, muitas coisas para comentar.
Pensei em escrever sobre a vida adulta(sim,acredito que já estamos entrando por estes mares nunca dantes navegados!) e a quantidade de escolhas que ela traz consigo. Acredito que o problema central se chama PRIORIDADES. Por que é tão difícil decidir o que é mais relevante para nós? Dúvidas pequenas, referentes a momentos apenas, mas que parecem fazer toda a diferença em um futuro muito próximo. Dar prioridade para que matéria na faculdade? Começar lendo qual dos 1987 textos que tenho obrigação de saber? No dia de folga, ir no cinema com o namorado ou ir jantar com as amigas? Nas manhãs livres, ir para a academia cuidar da saúde(mente sã em corpo são...) ou aproveitar para estudar? Fazer horário dobrado para se destacar no trabalho ou aproveitar para ver a família? Pequenas questões, atucanação gigante. Mas decidi não me estender para não fazer deste blog um diário pessoal.
Aí deu vontade de falar de família e de tudo que ela representa. É triste, mas é uma verdade inquestionável que é nas horas ruins que percebemos a relevância de tudo em nossas vidas...e é agora, com o meu vô amado no hospital e vendo todos se esforçarem ao máximo para ajudar, apoiar e dar suporte que tudo se torna claro e que se percebe que é desta entidade chamada família que tiramos os nossos valores, que é ela que estará com a gente por toda a vida, sempre. Achei que podia ficar muito melodramático e decidi não entrar em pormenores.
Surgiu então a idéia de falar de um filme que eu vi esses tempos, admito que um pouco atrasada, e gostei muito: Pequena miss sunshine. Meigo, tocante, sincero, com um pouquinho do apelo hollywoodiano, mas não o suficiente para estragá-lo. Mostra que todos temos problemas, que o culto às aparências é a grande característica da nossa sociedade, mas que não é nada se comparada aos valores reais: família, amizade, auto-conhecimento, liberdade. Até identifiquei uma parte da postagem-poema do pato que fala justamente disto:"...Vamos, vendedores de valores! Se voltem para a vanguarda que vomita nas vistas de vocês. A verdade de vocês é vergonha, sem vergonhas...". Mas acabei me dando conta que minha época de estudante de cinema já passou, que estou enferrujada demais para escrever críticas e desisti.
Então passaram pela minha cabeça todos aqueles assuntos que eu gosto, e muitos que venho tendo contato diário: a filosofia e a capacidade que ela tem de tratar de assuntos atuais mesmo quando exercitada por pessoas que viveram alguns muitos séculos antes de nós; A política e esta sempre presente sensação de que tudo vai continuar a mesma m... misturada à vontade de mudar, de fazer a diferença; As dúvidas sempre presentes: "Por que estes assassinatos em massa só ocorrem nos Estados Unidos?O que faz com que uma parcela de seus jovens, em contigentes muito inferiores a qualquer outro país, saiam por aí matando qualquer um com pose de superstar?" ou "Porque o Caxias deixou o Grêmio fazer 4 no Olímpico?"...
Muita informação, pouca concentração. Não consegui me deter em detalhes, mas me sinto um tanto aliviada por despejar via web essa montanha de sensações que se insurgiam dentro de mim e que, na falta de uma digna noite cervejo-filosófica com a EQUIPE(outro tema que se debate em meu ser, mas que, por sua relevância, a ele dispensarei um texto inteiro) para debater, não tinham tido a chance de serem externados. Prometo ser mais assídua no blog, até para poupá-los de mais cartas-testamento como esta, e de utilizar este espaço para um tema só, economizando neurônios e a paciência dos que lêem. agradeço a paci~encia e agora já posso dizer que vou dormir tranquila.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Vvvvvv

Vim do Vietnã.
Vi que a vida não vale vintém.
Viver como viado, velho e vagabunda é vagar pelas vilas vendendo o vírus que nos veste.
Vamos vencer se viver já é vago?
Volto a vaidade que me vangloria e o veneno vasa do vaso de vespas vadias para esvaziar minha vida de novo.
E vejo o ventre de vacas vazando vento e vergonha.
Vamos, vendedores de valores! Se voltem para a vanguarda que vomita nas vistas de vocês.
A verdade de vocês é vergonha, sem vergonhas.
Vejo vermelho em vossas vontades para que minha voz não vote.
Vá, valentão, com a sua valise de veludo e me veja numa várzea vulnerável a violência. Vêm ou não me vingar?
Então... Eu vou e não volto porque me revolto.

domingo, 15 de abril de 2007

mesmo bat dia, mesmo bat local

Já estou desenvolvendo o hábito de escrever alguma coisinha aqui todo domingo de noite. Mas meus co-blogueiros não andam se manifestando, aliás, o Pato ainda nem deu o ar da graça! Fica a intimação.
Instituí que ontem foi meu aniversário de um ano. 365 dias atrás, eu estava em uma maca de UTI, semi-paralisada e trajando fraldas. Seguiu-se a isso um ano em que a vulnerabilidade foi diminuindo gradualmente, a insegurança diante de um mundo ao qual eu parecia ter acabado de chegar foi dando lugar à tranqüilidade (ainda que às vezes eu examine a vida com olhos curiosos e assustados), e agora parece que todo o resto foi conseqüência.
Cansei de ficar ruminando essa história. Passado um ano, muita coisa já mudou: esse assunto já pode sair de pauta - e já vai tarde!
Bisbilhotava os sites de notícias atrás de um assunto mais instigante pra tratar aqui, mas entre corpos executados encontrados em Bagdá e bebês esquecidos no carro dos pais, fiquei com esta manchete: "Plantação de flores colore os arredores da cidade de Lisse, na Holanda".
Não é alienação, pelo contrário: de tanto ler notícias lúgubres, essa notinha, com a foto que a acompanha, como que me lembrou que há espaço para as coisas belas no mundo.
Amanhã, enquanto nós estivermos circulando entre pessoas apressadas, que não se olham, entre montanhas de concreto, buzinas e telefones que tocam sem parar, talvez nem lembremos que uma cidadezinha européia está coberta de flores. Que nessa cidadezinha muitas pessoas tiram seu sustento do cultivo de tulipas. Duvido muito que essas pessoas vivam com algum tipo de luxo. Imagino que sejam aquelas famílias que acordam com o sol, tomam um café da manhã só com o que tiram do próprio quintal, trabalhem no campo e no fim do dia joguem conversa fora perto da lareira. Um escutando o que o outro tem a dizer, sem precisar levantar a voz, debaixo de um céu no qual se vêem todas as estrelas, porque não há poluição ou iluminação excessiva que as esconda.
Eu seria hipócrita se dissesse que almejo uma vida assim. Passo o dia inteiro em um escritório de advocacia, estudo para ser boa na profissão que eu escolhi e tenho as minhas ambições, sim. Mas também tenho para mim que no nosso mundo as pessoas não estão atrás de um equilíbrio. Não param pra conversar com um rosto conhecido que passa (e se for desconhecido, nem ao menos dão bom dia!), não pegam o caminho da Beira-Rio pra ver o pôr-do-sol, não prestam atenção na letra de uma música que toca no rádio. Não dizem "eu te amo" pra alguém (marido, namorado, pai, mãe, amigo), não se tocam, não se olham.
Alguns valores desses povos que levam a vida com mais vagar deveriam ser mais valorizados por nós, os habitantes das selvas de concreto. Seríamos todos mais felizes, mesmo sabendo que Porto Alegre dificilmente vai ser cercada por flores de todos os lados!
Nesse caso, plantemos as nossas flores. Nas ruas, nos elevadores, nos escritórios, nas redações, nas faculdades,... Uma semana florida pra todos que tiverem agüentado até aqui!
P.S.: EQUIPE: vejo flores em vocês!

segunda-feira, 9 de abril de 2007

tudo é uma questão de perspectiva

Tudo na vida depende do ângulo do qual se observa.
3 dias habitando um barraca, com direito a chuva torrencial, ventos uivantes, e despertar ao lado de um escorpião, por exemplo: a tradução perfeita da expressão "programa de índio", muitos diriam. Já eu, a cada vez que entoava o mantra "melhor que a Páscoa passada", estava sendo profundamente sincera! Mesmo quando minha tenda parecia a ponto de levantar vôo, mesmo enquanto eu contava os minutos pro amanhecer de uma noite tenebrosa, mesmo quando esqueceram de trazer nossa comida no restaurante... Nesses momentos eu podia juntar as mãos e rezar, me abraçar nele com mais força e esbravejar contra o garçom, respectivamente. E foi exatamente o que eu fiz! Na volta pra casa, entre um alfajor e outro, contrariando (quase) todas as impressões de quem estava à minha volta, eu sentia que a experiência tinha valido a pena, after all. E olhando pro lado, eu sentia que o cara no volante concordava comigo...
Não acredito que isso aqui vá ser lido por alguém que já não saiba dessa história de trás pra frente, mas com licença, se tem hora pra exorcizar demônios, ei-la:
Na Páscoa de 2006, eu estava numa cama de UTI, semi-paralisada, sem conseguir articular uma frase, usando fraldas e dependendo dos outros pra comer, tomar banho, etc. Na de 2007 eu fui capaz de fazer xixi num buraco no chão, valendo-me da força das minhas pernas! Gente, viva a latrina do camping, ela foi símbolo da minha recuperação!
Ih, já vi que falhei em manter o espírito que motivou o início deste tópico. Foi uma emoção que quase me levou a chorar há poucos minutos, mas não adianta: é eu começar a falar sobre isso que já tento pintar um quadro cômico. Sempre achei que fosse pra evitar que o ouvinte ficasse constrangido, compadecido... mas vejo que nessas tentativas acabei me esquecendo de como se faz pra deixar doer...
Realmente, este ano tem sido muito melhor do que o que passou. Mas agora que tá fazendo um ano, eu preciso parar pra pensar em tudo o que mudou dentro de mim (se é que eu mantive alguma peça de fábrica), e pelo menos pra começar, vou me aliar à minha velha amiga Introspecção. Tenho a impressão de que o teclado vai me ajudar bastante, ainda mais agora que a minha psicóloga tá saindo de licença-maternidade!
Ou seja, preparem-se pra uma Mari mais quieta do que de costume... ou mais eloqüente do que nunca... tudo é uma questão de perspectiva.

domingo, 1 de abril de 2007

9 da noite de domingo... existe hora mais melancólica do que essa? A partir de agora, na medida em que a segunda-feira se aproxima, as tintas da melancolia vão dando lugar às da tragédia que caracteriza o soar do despertador que vai se repetir pelas próximas 5 manhãs. Desculpem, isso tudo não passa de drama, puro e simples! Quando os últimos grãozinhos de areia da ampulheta do fim-de-semana vão se esvaindo, o bode é inevitável! Mas felizmente, uma parcela - considerável - da minha pessoa é adepta da filosofia "no pain, no gain", e é essa parcela que me leva a pensar que se os dois últimos dias passaram tão rápido é porque eles foram muito bons, e talvez só tenham sido tão bons porque a semana que os antecedeu foi punk... e lendo a última frase eu me senti a maior Pollyanna!
A razão de tantos devaneios? Bom, fora a procrastinação de algumas pesquisas que devem estar prontas amanhã quando eu chegar no escritório, a idéia de começar a escrever nesse blog causou esse efeito. Como quando se entra em uma casa que não é habitada há muito tempo, e ao abrir a torneira sai uma água preta, suja, sabe? É assim que eu sinto que as idéias vão tomando forma na tela. A diferença é que na casa velha, em algum momento a torneira vai começar a verter água limpa. Aqui, eu já não garanto...
O fato é que minhas pesquisas tributárias me aguardam, e a quem eu quero enganar? Tô adorando essas tarefas, e a bem da verdade, tem sido muito bom pegar no batente durante a semana. E a faculdade também, anda cheia dos atrativos (especialmente os extra-curriculares), então, tá bom demais! Depois de quase um ano no casulo, era bem assim que eu esperava que a vida parecesse... mas isso é assunto pra outra postagem! Mãos à obra, e um ótimo começo de semana pra quem tiver agüentado a leitura até aqui!

O rappa

Show bom, com música boa e lições valiosas...talvez o que mais tenha valido a pena neste show do Rappa não tenha sido "Me deixa" ou "Pescador de ilusões", e sim o discurso do Falcão criticando o governo Lula e a situação atual do país. Nada pessoal contra o Lula, mas a favor de pessoas que tomam posição sobre algo e a defendem. Pode gostar ou não do Lula, concordar ou não com o Zé Dirceu, ser contra ou a favor da redução da maior idade...o importante é sair de cima do muro e lutar pelos seus valores. Quem tem idéias e, principalmente, tem coragem de expressa-las publicamente, já sobe alguns vários pontos no meu conceito. É como diz a letra do próprio Falcão: "...pois paz sem voz não é paz, é medo". Só falando,discutindo e propondo idéias é que a gente pode chegar a algum lugar. A isenção vem do medo e não leva a lugar nenhum. A voz vem da coragem e, esta sim, pode nos levar a verdadeira paz.

...pensamentos, teorias e devaneios...