terça-feira, 12 de maio de 2009

Sabe aqueles dias cinzas? Não, cinzas não, cinza é lindo, deixa eu ver... dias verde musgo. Tem cor mais chata do que verde musgo? Não tem. Tô num dia assim hoje. Sempre acontece depois de fases de muita excitação, por qualquer motivo besta. Funciona assim, ó: tem uma fase reflexiva, em que eu penso muito, e olho o horizonte, e às vezes dou uma choradinha, outras vezes sorrio enigmaticamente. Fico meio com cara de paspalha por um período, olhando pra dentro e sem necessariamente fazer questão de compartilhar o que eu vejo, até por ainda não saber bem explicar. Depois, cheia de respostas na ponta da língua, catarse: falo pelos cotovelos, escrevo, me entusiasmo, e atraídos por essa energia, eventos mais empolgantes se juntam e eu fico toda algariada! Expansiva, sorridente, hesitante, hiperativa, ansiosa, tudo isso. E achando muito legal essa função toda. Aí chega uma hora, inesperadamente, em que me bate um fastio. É do nada! A expectativa que agora de manhã me tirou o fôlego e acelerou meu coração, agora tá me parecendo ridícula. Acabou a paciência, tô me dando um pára-te-quieto!
O amor é lindo, o tempo é senhor da razão, sei disso tudo e juro que concordo. Mas uma coisa com a qual eu não sei lidar são situações de stand-by. Fossa? Encaro, e em grande estilo, diga-se de passagem. Suspense? Só até a musiquinha agoniante começar a enjoar. Sabe aquela musiquinha que toca nos filmes do Hitchcock antes do sustão? Pois é, tirando o Hitchcock, quase todos os que se sucederam conseguem me tirar do sério antes de me fazerem pular da poltrona, e fora do cinema é igual: frio na barriga é muito divertido, mas se durar mais que o necessário vira um porre. Não, porre não, porre é mara. Até minhas analogias tão uó hoje... Enfim, tem um filme besta com o Antonio Banderas, que os filhos deles são uns piás espiões, e lá pelas tantas eles caem em um buraco. Os primeiros segundos são de gritos agudos e pânico total. Vários segundos depois, a guriazinha pinta as unhas em queda livre, enquanto o irmão dela lê um gibi, ou coisa que o valha. Tô igual.
Vai ver sou viciada em adrenalina emocional. Por trás dessa expressão sisuda tem uma psico-kamikaze que não é capaz de sossegar. Tá chovendo, por que raios eu não abro o caderno pra estudar mais um pouco? Ou, se o problema for preguiça, um filme seria ótima idéia! Mas não, eu tô com vontade de lutar esgrima ao ar livre, ou de correr pulando nas poças.
Vou fazer isso.

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